Queda segue caminho inverso do trilhado pelo Estado, campeão nacional em repetência no Ensino Médio e com índices preocupantes no Ensino Fundamental.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Entre 2010 e 2011, Novo Hamburgo reduziu pela metade o número de estudantes reprovados nas escolas municipais. No ano passado, foram 908 reprovações, baixando para 4,57% o índice de repetência.
Foi deixando de lado a frieza dos números e olhando mais para as individualidades das crianças que a cidade do Vale dos Sinos conseguiu êxito na diminuição da repetência escolar.
A queda segue caminho inverso do trilhado pelo Estado, campeão nacional em repetência no Ensino Médio e com índices preocupantes no Ensino Fundamental. Todos os anos, 14,2% das crianças matriculadas do 1º ao 9º ano são reprovadas. Em Novo Hamburgo, esse índice chegou a 8,92% em 2010. Com 1.813 reprovações naquele ano, o município resolveu se mobilizar.
No início do ano letivo, em 2011, o desafio de reduzir a repetência em 50% foi repassado para todas as escolas da rede. Com atenção especial aos alunos que apresentavam dificuldades de aprendizagem, o pacto propôs um olhar individualizado para cada estudante. Com isso, foi possível identificar a origem da dificuldade em aprender e a melhor forma de ajudar cada criança.
Assistentes sociais passaram a acompanhar as famílias mais pobres. As crianças que precisavam de atendimento médico tiveram prioridade na marcação de consultas. Dentro da escola, as aulas de recuperação preventiva foram ampliadas, assim como as atividades no turno inverso. Crianças com dificuldades ou histórico de reprovação passaram a ter atendimento individualizado.
Uma estrutura menor, e que coloca a administração mais próxima das escolas, é um dos fatores que facilitam o trabalho de redução dos índices de reprovação nos municípios. De acordo com professora do curso de pedagogia da Universidade Feevale, Dalila Inês Maldaner Backes, uma redução significativa como a de Novo Hamburgo é mais difícil na rede estadual.
Entre os aspectos positivos observados, Dalila destaca a proximidade dos professores com a comunidade, e também o trabalho de levantamento de dados da realidade de cada escola. “O que se nota é que os professores trabalham em poucas escolas e por um longo período na mesma instituição. Isso facilita no momento de se buscar alternativas para ajudar o aluno em dificuldade”, ressalta.
Informações de Zero Hora
FOTO: ilustrativa / so-fitas