Vigilância Sanitária argumenta que não cabia a ela fazer a análise laboratorial de implantes da marca francesa PIP.
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Soraya Casseb de Miranda Barbosa, advogada de São Paulo, está buscando um grupo de pacientes com próteses de silicone francesas defeituosas da marca Poly Implant Prothèse (PIP) para elaborar uma ação coletiva envolvendo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa e o governo francês.
Ela é esposa do cirurgião André Luis de Miranda Barbosa, que tem consultório em São Paulo. André afirma que colocou as próteses francesas em cerca de 100 mulheres, antes do veto à venda desse silicone em 2010. “Quem foi desonesta foi a Anvisa”, avalia. “Eles tinham que fiscalizar e não fiscalizaram. É como quando você compra um xarope, você acha que a Anvisa analisou a medicação.”
A Vigilância Sanitária afirma que não cabe a ela fazer a análise laboratorial, só checar a documentação apresentada pela importadora. A advogada já havia entrado com uma ação de uma paciente de Barbosa, que teve a prótese do seio esquerdo rompida no ano passado. O alvo foi a EMI Importação e Distribuição, que vendia as próteses PIP no Brasil. Por força de liminar, a empresa pagou custos das cirurgias de remoção e de troca do implante. “A empresa fechou, não paga mais nada. Quem paga a remoção das próteses das outras mulheres?”
Por enquanto, elas estão arcando com os custos sozinhas. Um par de próteses vale, em média, R$ 1.500. Os hospitais cobram cerca de R$ 2.500, e o médico pode variar de R$ 1.000 a R$ 10 mil.
Informações de Folha.com
FOTO: Anne-Christine Poujoulat / AFP