Lei quer combater o desperdício de água canalizada, que ficaria destinada apenas para eliminação de material contagioso ou prejudicial à saúde
Preocupado com o desperdício da água canalizada e a preservação do meio ambiente, o deputado Giovani Cherini (PDT) apresentou projeto de lei que proíbe o uso de água tratada canalizada para lavagem de calçadas e veículos no Rio Grande do Sul. A intenção de Cherini é instituir medidas para redução de consumo e racionalização da água, para conscientizar os cidadãos sobre a importância da preservação ambiental e dos impactos do aquecimento global.
Conforme o Projeto de Lei 111/2007, a limpeza de calçadas deve ser feita somente com a varredura e recolhimento de detritos ou com a utilização de baldes, panos molhados ou escovão. A lavagem com água canalizada fica reservada para a eliminação de material contagioso ou outros que tragam dano à saúde. Ele sugere, por exemplo, a coleta da água da chuva para a lavagem de calçadas e carros.
Opinião
O Superintendente de Tratamento da Água da Corsan, Marinho Emílio Graff, revela que 1% da água tratada pela companhia é consumida como bebida e na preparação dos alimentos. O restante é destinado a outros fins como para a limpeza pessoal e doméstica.
Graff diz que entende a preocupação de Cherini ao proibir o consumo de água tratada para a lavagem de calçadas e carros, mas lembra que a maioria das pessoas não têm como guardar recipientes com o líquido oriundo da chuva ou da máquina de lavar. Na sua avaliação, a economia de água pode se feita por meio de ações que poluam menos o ambiente.
O recente caso do Rio dos Sinos, é um ótimo exemplo que ilustra o quanto pode se perder com a poluição, que não tem nenhuma relação com a lavagem de calçadas e carros. Porém, o cuidado e o uso consciente da água, sem desperdícios, deve ser uma preocupação de todos. Incluindo os usuários de água de poço, pois, o lençol d´água é o mesmo.
Apesar de considerar complicada a fiscalização da aplicação da futura lei pelos órgãos públicos responsáveis, o diretor do Departamento de Recursos Hídricos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Ivo Mello, elogia a proposta. Para ele, a iniciativa contribui para conscientizar os cidadãos da importância de economizar a água, lembrando que países como França e Holanda já aplicam essa medida para racionalizar o consumo de água.
O presidente da Federação Gaúcha de Associação de Moradores, Valdir Bohn Gass, compartilha da opinião de Mello. Bohn Gass parabeniza o projeto de lei do parlamentar. “A iniciativa é uma maneira de educar e alertar os cidadãos para os cuidados que devem ter com o planeta Terra e com a água”, argumenta.