Proposta prevê caixas eletrônicos para deficientes, idosos e gestantes no andar térreo de bancos gaúchos
Mais uma dificuldade dos portadores de deficiência está recebendo atenção das autoridades. Um projeto do deputado estadual Cassiá Carpes (PTB), apresentado na Assembléia Legislativa, prevê a instalação de caixas eletrônicos para deficientes, idosos e gestantes no andar térreo de todas as agências do Estado que não tenham elevador.
Os caixas facilitam o atendimento ao cliente, diminuindo o tempo de espera nas agências bancárias. Porém, são poucas as instituições financeiras que adequaram seus terminais para atender os portadores de deficiência, que hoje representam 14,5% da população brasileira.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que 24,5 milhões de pessoas possui algum tipo de deficiência, sendo que 1,5 milhão vivem no Rio Grande do Sul. Desse total, 48,1% tem problemas de visão, 22,9% convive com deficiências motoras, 16,7% auditiva, 8,3% apresenta dificuldades mentais e outros 4,1%, físicas.
Além da obrigatoriedade de caixas especiais para deficientes, o projeto de Cassiá Carpes indica que as agências que possuem elevador devem disponibilizar cadeiras de rodas. De acordo com ele, a proposta não irá aumentar os custos dos bancos.
“Hoje, os bancos são as empresas que detém o maior índice de lucratividade, ao mesmo tempo em que oferecem um serviço que não satisfaz totalmente seus clientes”, destaca o parlamentar, que conseguiu aprovar projeto semelhante em Porto Alegre, em janeiro de 2004, quando era vereador na capital gaúcha.
Acessibilidade
Nos próximos três anos, todas as agências bancárias do País deverão estar equipadas com piso tátil especial para deficientes visuais, balcão de atendimento na altura ideal para alguém de cadeira de rodas e funcionários capazes de se comunicar por meio da linguagem de sinais.
Essa é a expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que coordena uma iniciativa nacional para tornar as mais de 27 mil agências acessíveis para portadores de necessidades especiais.
Conhecido como Lei de Acessibilidade, o decreto pretende assegurar atendimento prioritário e acesso, com segurança e autonomia, para qualquer espaço urbano às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
No ano passado, pesquisa da Febraban e i-Social, uma consultoria especializada em inclusão, mostrou que 78% das pessoas com deficiência se relacionam com o banco sem intermediários. Visitar a agência bancária é a forma de relacionamento preferida por 71,4% das pessoas com deficiência. Elas costumam ir ao banco mais de três vezes por mês, ambiente em que eles encontram mais dificuldade de acesso.
No País já existem 25 mil terminais de auto-atendimento universal, equipamentos com altura e ergonomia adequadas para cadeirantes, entrada para fones de ouvido, pictogramas em alto-relevo e inscrição das teclas em braile. A máquina realiza todas as operações de um caixa eletrônico e também pode ser usada por pessoas sem deficiência.
“A reivindicação dos deficientes para cumprimento do direito de acesso a locais públicos ajuda a conscientizar a sociedade e acelera mudanças. Aqui no Rio Grande do Sul, este projeto é mais um grande passo de inclusão na sociedade”, diz Cassiá.
Fonte: Assembléia Legislativa RS