Em 1996, ano do massacre, estavam encarcerados no local presos políticos do regime do ditador deposto Muamar Kadhafi.
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O assassinato de várias centenas de prisioneiros na penitenciária de Abu Salim, em 1996, foi denunciado por várias organizações de defesa dos Direitos Humanos. Neste domingo, dia 25, o porta-voz do Conselho Nacional de Transição – CNT da Líbia anunciou a descoberta de restos de 1.700 detentos executados naquele ano.
“Descobrimos o lugar onde estavam enterrados esses mártires”, declarou Jalid Sherif, porta-voz do Conselho Militar do CNT, em coletiva de imprensa em Trípoli, e acrescentou que tinham provas de que foram “atos criminosos” do regime deposto de Muamar Kadhafi. Na época, estavam encarcerados em Abu Salim, em particular, presos políticos do regime do ex-ditador.
Segundo Sherif, um comitê técnico foi responsável pela identificação dos corpos, mas a operação vai levar ainda algum tempo. “Fomos convidados a visitar o local onde estavam os cadáveres de prisioneiros em Abu Salim e encontramos ossos humanos espalhados”, contou um membro dessa comissão, Salim al-Farjani.
“Nós convocamos as organizações estrangeiras e a comunidade internacional para nos ajudar nessa tarefa, uma vez que será preciso identificar os corpos de mais de 1.700 pessoas”, acrescentou.
Este massacre, que ocorreu na supressão de um motim, também é indiretamente responsável pela revolta que eclodiu em meados de fevereiro, no leste da Líbia, e se transformou em um conflito armado que levou à queda do ex-ditador, agora foragido. As primeiras demonstrações em Benghazi foram realizadas pelas famílias dos presos mortos, que protestaram contra a prisão de seu advogado.
Informações de Band
FOTO: Leon Neal / AFP