Entidade contratada sem licitação, a Sindafebol, não tem estrutura para trabalhar, diz presidente. Governo alega o contrário.
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O governo federal repassou R$ 6,2 milhões ao Sindicato das Associações de Futebol – Sindafebol para execução do cadastramento das torcidas organizadas brasileiras. O projeto jamais saiu do papel, conforme reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.
O Ministério do Esporte contratou o Sindafebol sem licitação, baseado apenas em orçamentos e atestados de capacidade técnica apresentados pelo sindicato. O negócio, que faz parte do projeto Torcida Legal, foi assinado por Alcino Reis e pelo secretário executivo do ministério, Waldemar Manoel Silva de Souza. Reis é assessor especial de futebol do ministério e homem de confiança do ministro Orlando Silva (foto), de quem é correligionário no PCdoB.
As empresas que seriam responsáveis pelos serviços do projeto não foram contratadas pela entidade dos dirigentes, que tem o nome oficial de Sindicato Nacional das Associações de Futebol Profissional e suas Entidades Estaduais de Administração e Ligas. E os atestados de capacidade técnica, entregues ao governo, foram feitos pelo próprio sindicato.
O presidente do Sindafebol, Mustafá Contursi (ex-presidente do Palmeiras) admite a falta de estrutura da entidade para trabalhar o projeto. “Dissemos ao ministério que nunca tínhamos feito isso. O sindicato não tinha experiência, e se colocou à disposição do ministério”, afirma.
De acordo com Contursi, a verba de R$ 6,2 milhões está parada em uma conta bancária controlada por ele. Diante das dificuldades, o cartola diz que a execução do contrato poderá ser “reavaliada”. O governo alega o contrário, relatando que tudo está como planejado, e que o Ministério do Esporte escolheu o Sindafebol — sem licitação — por ser mais “adequado” para executar o projeto.
Informações de ClicEsportes
FOTO: Valter Campanato / Agência Brasil