A Assembleia Legislativa de São Paulo convidará a empresa para esclarecer as denúncias de trabalho escravo encontrado em três confecções paulistas.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Após escândalo envolvendo a marca Zara, a Assembleia Legislativa de São Paulo deverá convidar a empresa para esclarecer as denúncias de trabalho degradante encontrado em três confecções paulistas que faziam roupas para a marca.
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Flagrante: costureiros da marca Zara trabalhavam em condições de escravidão
Na época, foram flagradas por fiscais do Ministério do Trabalho, com trabalhadores bolivianos expostos a condições degradantes. Duas das confecções ficam em São Paulo; a terceira, em Americana (127 km de SP). A fiscalização chegou a encontrar uma adolescente de 14 anos entre os trabalhadores. Ela só podia sair da confecção, que também servia de moradia, com autorização da chefia.
De acordo com a assembleia, o convite será feito pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa ao representante legal da Zara Brasil Ltda. e aos sócios e administradores da empresa AHA Administração e Participação Ltda.
Ainda segundo a assembleia, o convite surgiu após requerimentos propostos pelo deputado Carlos Bezerra Junior – PSDB, aprovados durante reunião da comissão. Os deputados querem que os representantes das empresas compareçam à próxima reunião da comissão, na próxima quarta-feira, dia 31.
Operações continuam
Após polêmica sobre a denúncia, caso não deve parar por aqui. No rastro da investigação sobre a Zara, 35 empresas do varejo de moda estão sob suspeita de utilizar mão de obra irregular.
“Desse total, há 20 grandes marcas e 15 lojas do Brás e do Bom Retiro, bairros da região central de São Paulo com intenso comércio de roupas”, segundo Luís Alexandre de Faria, auditor fiscal do Ministério do Trabalho.
“Temos de realizar as operações aos poucos porque não temos condições humanas de ir a todos os locais ao mesmo tempo”, disse ele. Ainda, segundo o auditor, as apreensões de mercadoria de grandes redes já efetuadas em ateliês com trabalhadores em condições desumanas não serviram de exemplo. “Esperamos pró-atividade de quem está em situação irregular, pois a fiscalização está se intensificando”, afirma.
Faria cita que casos de redes conhecidas não foram suficientes para inibir a exploração de trabalhadores. Entre os mais recentes, estão apreensões de fornecedores de Collins, Pernambucanas, Marisa e 775.
Com informações de Folha.com
FOTO: Divulgação