Operação Ouro Verde da Polícia e Receita Federal prendeu doleiros no Estado e teve ações em Novo Hamburgo
A Polícia Federal e a Receita Federal realizaram nesta sexta-feira a Operação Ouro Verde. As equipes do Núcleo de Repressão a Crimes Financeiros da Superintendência Regional da Polícia Federal no Estado do Rio Grande do Sul executaram as ações sob coordenação da DFIN – órgão central de combate a crimes financeiros. As ações aconteceram simultaneamente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
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No Rio Grande do Sul foram cumpridos 55 mandados de busca e apreensão e mais de 20 mandados de prisão. Ocorreram prisões em Novo Hamburgo, mas os nomes dos presos ainda não foram divulgados. A movimentação dos policiais federais chamou a atenção de quem passou na manhã de hoje pelas avenidas Maurício Cardoso, Frederico Linck e Marcílio Dias.
As ações ocorreram ainda nas cidades de Porto Alegre, Gravataí, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul e São Marcos. A ação conta com participação de 310 policiais federais e 60 Auditores Fiscais da Receita Federal.
No total são 131 mandados de busca e mais de 40 mandados de prisão, com a participação 704 policiais federais e 161 Auditores da Receita Federal. Por requisição da Polícia Federal a Justiça Federal determinou ainda o bloqueio de aproximadamente 560 contas bancárias ligadas ao esquema criminoso.
A operação visa desarticular organização criminosa que agia nos dois estados, instalando um “sistema bancário” paralelo. O grupo oferecia quase todos os serviços bancários, tais como manutenção de conta corrente e investimentos (abastecidos com dinheiro de caixa dois de empresas), compra e venda de moeda estrangeira e remessa de valores para o exterior através de canais financeiros ilegais e não declarados às autoridades competentes.
A existência desse mercado bancário sem o conhecimento do Banco Central permitia à organização ocultar e lavar o dinheiro obtido com a prática de diversos crimes, especialmente de contrabando e descaminho e, inclusive, do tráfico de drogas.
A organização tem como clientes mais de 30 empresas dos ramos de pneus, têxtil, de exportação, entre outros, que estão sendo alvo de buscas. Algumas dessas empresas, além da evasão de divisas, promoviam importação fraudulenta de pneus usados.
No Rio Grande do Sul, detectou-se o envolvimento de uma das maiores financeiras do estado, utilizada como fachada e para lavar o dinheiro ilegalmente. Alguns de seus proprietários, operadores do mercado financeiro, também estão sendo presos.
No Estado, a organização tinha como principais clientes grandes empresários, empresas que trabalham no ramo de importação e exportação e movimentava por dia aproximadamente R$ 1 milhão.
Para executar suas atividades a nível internacional o grupo possuía braços financeiros no Uruguai e nos Estados Unidos da América, e segundo estimativas da inteligência financeira da Polícia e da Receita já teriam movimentado no exterior mais de US$ 250 milhões.
Os presos, em sua maioria doleiros e empresários, responderão pelos crimes de formação de quadrilha, descaminho, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, funcionamento de instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta e sonegação fiscal, cujas penas somadas podem alcançar a 30 (trinta) anos de reclusão.
O nome da operação Ouro Verde é uma alusão à coloração das cédulas de dólar e o ouro uma referência ao lastro metálico da moeda americana.
Fonte: Polícia Federal