Em entrevista coletiva, ex-técnico colorado diz que presidente não o queria e ex-vice de futebol chama Luigi de “lento”.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A crise se instalou no estádio Beira-Rio! Demitidos na manhã desta segunda-feira, dia 18, Paulo Roberto Falcão e Roberto Siegmann se despediram dos jogadores criticando o presidente Giovanni Luigi.
Leia Mais
Adeus, Falcão! Paulo Santana ironiza: “Eu já sabia”
E agora, Luigi? Quem será o novo técnico do Inter?
Falcão não é mais técnico do Inter
Muito emocionado, o ex-técnico entrou na sala para sua coletiva de despedida, 99 dias depois de ser apresentado como técnico do Inter, e não poupou críticas à direção colorada. O principal alvo do treinador foi o presidente Giovanni Luigi. Segundo Falcão, a frustração é gigante já que o treinador se surpreendeu com sua demissão, pois os reforços prometidos não lhe foram entregues.
“O tamanho da frustração é maior que o Beira-Rio. Fui surpreendido, sim. Ainda mais por conta de lesões, cartões. Havia consenso de que o Inter precisaria contratar. Não foi feito aquilo que prometeram. Tenho certeza de que agora os reforços chegarão. Vão surgir parceiros e mais parceiros”, disparou o ex-técnico.
Questionado sobre a postura e as decisões do presidente Giovanni Luigi, Falcão enumerou críticas e palavras de frustração sobre seu relacionamento com o presidente. “Não vamos perder tempo com isso, não vou analisar a figura do presidente. A minha relação com ele é zero.” Aproveitando o gancho, relembrou seus tempos de comentarista e indagou os repórteres. “Vocês acham que o presidente me queria técnico do Inter?”
Quem também se despediu e criticou o Giovanni Luigi, foi Roberto Siegmann. O ex-vice de futebol disse que Luigi é “um pouco mais lento” na comparação com o seu temperamento. “São posturas distintas. Não me acomodo a estruturas, quando vejo que a estrutura está inadequada, obsoleta. O Luigi é mais ponderado, cauteloso. A questão das contratações acentuou isso. Ele é o presidente do clube. Foi colocado lá com minha participação.”
Outra critica foi com relação a saída do auxiliar técnico Julinho Camargo para o Grêmio. Segundo Siegmann, ele foi o último a saber da mudança. O ex-dirigente disse que foi pego de surpresa e que não hesitaria em tentar reverter a situação, caso tivesse tempo. “A questão do Julinho me pegou de surpresa. Fiquei sabendo às 22h da saída, embora ele tivesse falando com o presidente desde a primeira hora da manhã. Foi uma coisa que me desagradou muito. Perder a gente perde sempre. Mas perder para um tradicional rival é desgastante e eu teria intervido.”
No encerramento de sua entrevista coletiva, Roberto Siegmann foi questionado sobre quando percebeu que não tinha sintonia com a maneira de Luigi trabalhar. Sem hesitar, Siegmann foi enfático. “Talvez nos nossos nascimentos”, respondeu, antes de se levantar da bancada e deixar a sala de imprensa colorada.
[poll “44”]
FOTO: Criação novohamburgo.org