Associação de Parentes das Vítimas pede que caixas-pretas, se localizadas, sejam analisadas nos Estados Unidos, e não na França.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
As dúvidas sobre o que será encontrado no fundo do Oceano Atlântico, onde equipes localizaram mais destroços do avião da Air France, desaparecido desde 31 de maio de 2009, voltaram a gerar polêmica.
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Associação de Parentes das Vítimas do Vôo 447 anuncia que caixas-pretas foram encontradas
Segundo a Associação de Parentes das Vítimas do Vôo 447, o Escritório de Investigações e Análises — BEA, na sigla francesa — disse, durante uma reunião em Paris, na segunda-feira, 11, que encontrou as caixas-pretas da aeronave. Os investigadores, no entanto, desmentem o fato e afirmaram que, em caso de localização dos objetos, haveria uma imediata comunicação.
O que está mesmo confirmado é que o navio francês que fará o resgate dos destroços do avião e dos restos mortais encontrados vai sair de Cabo Verde no próximo dia 21, parar em Pernambuco para abastecimento e depois iniciar as operações de emersão.
Além de desacreditar o que a BEA diz sobre as investigações, a associação critica a vontade de levar as caixas-pretas para serem analisadas na França. “Gostaríamos que o material seguisse para os Estados Unidos, onde julgamos haver mais tecnologia, até porque as caixas-pretas foram fabricadas lá. Além disso, é um país neutro”, afirma o diretor executivo da associação dos parentes, Maarten Van Sluys, que reclama ainda da falta de abertura a concessões neste sentido.
Ele conta também que o BEA voltou atrás da promessa de que um representante dos parentes poderia acompanhar a recuperação dos destroços. Para ele, a desistência demonstra que os franceses desejam encobrir partes das investigações.
Governo brasileiro pede
atenção redobrada
Antes, porém, de se reunirem com os responsáveis pela apuração do acidente em Paris, representantes da Associação dos Parentes das Vítimas do Vôo 447 tiveram um encontro com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, na última sexta-feira, 08.
Segundo o ministério, o chefe da pasta solicitou ao Itamaraty que um cônsul brasileiro acompanhe as investigações. O Brasil não pode participar das análises por conta da legislação internacional, que designa ao país em que a aeronave está matriculada a condução do caso.
Também por meio da assessoria de imprensa, o Ministério das Relações Exteriores afirmou ter pedido ao Consulado-Geral em Paris que acompanhasse com atenção redobrada o caso e, na medida do possível, participasse das reuniões. No entanto, não houve permissão para a participação no encontro da última segunda-feira.
Informações de Correio Braziliense
FOTO: reprodução / AFP