?Vice-presidente egípcio anunciou na TV estatal, ao vivo, que o titular deixaria o poder nesta sexta-feira. Manifestantes tomam as ruas do Cairo novamente, agora para comemorar.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Foram mais duas semanas de intensos protestos. Milhões de pessoas nas ruas. E não passou desta sexta-feira, dia 11, a resistência do presidente do Egito, Hosni Mubarak.
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Em pronunciamento breve, ao vivo na emissora de televisão estatal, o vice-presidente Omar Suleiman anunciou que Mubarak deixaria o poder, aos 82 anos de idade, 30 dos quais passou no governo. Ele era contestado desde 25 de janeiro por grandes manifestações populares que começaram na Internet.
Além de renunciar, o agora ex-presidente egípcio entregou o poder ao Exército, informou Suleiman. Os crescentes protestos que derrubaram Mubarak deixaram mais de 300 mortos e cinco mil feridos. Em Al Arish, no Sinai, no confronto mais recente entre manifestantes e a polícia, uma pessoa morreu e 20 ficaram feridas.
Repercussão
A notícia da renúncia, exigida pelos manifestantes, foi imediatamente celebrada com festa nas ruas do Cairo e das outras grandes cidades do Egito. Por volta das 18 horas locais (14 horas de Brasília), na lotada Praça Tahrir, que foi o centro nervoso dos protestos, era possível ouvir o canto “o povo derrubou o governo”. Algumas pessoas desmaiaram de emoção.
Hosni Mubarak havia partido pouco antes para o balneário de Sharm el Sheij, no Mar Vermelho, a 400 quilômetros do Cairo, revela Mohammed Abdellah, porta-voz de seu partido, o Partido Nacional Democrático – PND. O ditador tem uma residência no balneário e deixou a capital em meio a mais um dia de grandes protestos pedindo sua saída imediata do governo. Mais de um milhão de pessoas foram às ruas.
Na véspera da renúncia, Mubarak havia anunciado a transferência de seus poderes a Suleiman, mas reafirmou que ficaria no governo até as próximas eleições, o que não satisfez os oposicionistas e manteve o clima de tensão em todo o país.
Mais cedo, já na sexta-feira, o Exército havia soltado nota prometendo levantar o estado de emergência sob o qual o vive o Egito desde 1981, “assim que as circunstâncias atuais terminarem”, em uma aparente demonstração de apoio à transição proposta por Mubarak.
TRANSIÇÃO – Até a manhã desta sexta, ainda não havia detalhes sobre como ocorrerá a transferência de poder. O país tem eleições presidenciais marcadas para setembro. A chefe da diplomacia da União Européia, Catherine Ashton, disse que respeita a decisão de Mubarak e pediu diálogo para a formação de um governo de “base ampla”.
Informações de G1 e agências internacionais
FOTOS: AP