Abrameq estabeleceu que Colômbia e México estão no roteiro de suas feiras internacionais de fevereiro
A Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para Couros e Calçados – Abrameq – com apoio da agência governamental de estímulo à inserção no mercado internacional, Apex-Brasil participa de 5 a 8, da International Footwear and Leather Show, em Bogotá – Colômbia, com as empresas Bremm Peck, Erps, Klein, Marcarini, Master, Mecsul e Sulpol. De 14 a 17 de fevereiro, será a vez de se fazer presente na Anpic, em Leon – México, com a Bremm Peck, Erps, Kehl, Master, Mecsul e Sulpol.
O Brasil é um dos principais players mundiais na produção de couros e calçados. Uma das bases desta posição de destaque está na tecnologia, que tem nas indústrias de máquinas e equipamentos do país um suporte fundamental no desenvolvimento de produtos competitivos. A Abrameq está com ações focadas especialmente na América Latina, região do mundo em que os fabricantes brasileiros podem fornecer produtos e serviços com maior eficácia, em função de facilidades logísticas e culturais.
Entre as associadas da Abrameq, a Erps, é uma empresa especializada no desenvolvimento e produção de máquinas hidráulicas para montagem de calçados. Délcio Schmidt, diretor da empresa, destaca que “essa opção nos coloca em sintonia com a preferência mundial, porque das 30 maiores fábricas de máquinas para montagem em nível mundial, 28 fabricam máquinas hidráulicas”. Acrescenta que a Erps é uma empresa que investe permanentemente em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, o que permite que, além de disponibilizar ao mercado tecnologia de última geração em máquinas de montar bico, seja exclusiva na América Latina em produzir máquinas para montagem de base e enfranque, além de ser a única no mundo a fabricar máquinas de montar base com passador de cola termoplástica, tipo traçador computadorizado.
A Erps participou em janeiro da Couromoda, no Brasil, onde se observou crescente busca de produtos diferenciados. O resultado deixou a empresa otimista com 2008. A demanda de produtos de maior valor agregado sempre traz expectativa positiva, porque para atender as exigências de um produto mais qualificado, diversificação de fôrmas, modelos e materiais, as empresas carecem de máquinas com uma ampla gama de recursos técnicos, com facilidade e agilidade em adequar os mecanismos das máquinas as variações dos produtos a serem montados. “Conseqüentemente, isso recomenda investimento em equipamentos com tecnologia de ponta, que é para onde focamos o nosso trabalho”, destaca Délcio Schmidt.
O Brasil tem posição de destaque como fornecedor de máquinas e equipamentos para couros e calçados. Délcio Schmidt explica que, além da tecnologia desenvolvida para produção diversificada de calçados, em pequenos lotes com diferentes modelos, fôrmas e materiais, que é uma das características do mercado latino-americano, existe a proximidade e facilidade de comunicação. Realça que a cultura brasileira de dar atenção ao cliente no pós venda, o que não é comum no mercado mundial, adiciona vantagens que recomendam a preferência pelos equipamentos fabricados no Brasil.
Sulpol
A Sulpol está mostrando máquinas injetoras de poliuretano para solados convencionais e injeção direta ao corte. São máquinas que além da capacidade de produzir solados em poliuretano, também possibilitam o processo de injeção direta no cabedal, já muito utilizado pelos fabricantes de calçados de segurança, mas que também têm alcançado um grande espaço nos calçados de moda.
A direção da empresa também destaca as máquinas para injeção de PVC, TR ou EVA expandidos. Leandro Abel, gerente comercial da empresa observa que itens como fechamento hidráulico independente para cada estação e giro da tampa superior de matrizes proporcionam diferenciais competitivos em produtividade e flexibilidade de criação, destacando os produtos e diminuindo os custos de produção.
A Sulpol também está oferecendo máquinas para injeção de tacos em poliuretano derramado. O uso deste produto vem crescendo com muita intensidade no mercado brasileiro, principalmente para as companhias que fabricam calçados para o mercado externo. Abel ressalta que o desempenho dos tacos em poliuretano derramado é extremamente superior aos tacos convencionais atualmente injetados em TPU e estão sendo solicitados já por grandes empresas que compram calçados femininos no Brasil.
Leandro Abel sublinha que a Sulpol está otimista para 2008, “pois a estratégia de agregar valor, adotada pelas empresas da América Latina, com certeza irá necessitar de incremento tecnológico, gerando oportunidades de melhorias de processos e aquisição de novos equipamentos com tecnologia superior”. Acrescenta que os fabricantes brasileiros de máquinas para o segmento calçadista estão em sintonia com esta estratégia fabricando equipamentos de alta performance para atender esta demanda.
Os fabricantes brasileiros conhecem algumas necessidades específicas das empresas latino-americanas, destaca o gerente comercial da Sulpol. Exemplifica com a condição do fornecimento de energia elétrica que ocorre na América Latina, com várias oscilações durante o dia, necessitando que os equipamentos, principalmente os que utilizam componentes eletrônicos como CLPs e controladores digitais, tenham configurações elétricas específicas que evitem danos decorrentes destas oscilações.
O empresário observa que na Europa e Estados Unidos, por exemplo, o fornecimento é constante, não necessitando um maior cuidado por parte dos fabricantes de máquinas. Adiciona como vantagens para quem compra máquinas brasileiras a facilidade de comunicação entre os países, o menor custo com fretes internacionais, a facilidade de ministrar treinamentos e executar manutenções devido à proximidade e o idioma, além da facilidade de encontrar componentes de reposição. que geralmente são comuns no mercado latino-americano.
Marcarini
A Marcarini destaca os fulões sem parafusos internos. Ari Marcarini, diretor da empresa, explica que este produto aprimora a qualidade dos couros e peles em processos de beneficiamento. Elimina o desgaste de madeira – provocado pelo contato entre produtos químicos e os parafusos internos dos fulões tradicionais. Assim resulta em menor custo de manutenção e maior durabilidade.
Outra atração da empresa é o fulão tracionado pelo eixo, que utiliza o mesmo conceito de fabricação do fulão sem parafusos internos. Dispensa o uso de engrenagens (cremalheira e pinhão) e a transmissão por correias, gerando menor custo de manutenção, economia de energia elétrica, maior exatidão e qualidade nos processos produtivos.
Os fulões cangilones são uma ferramenta versátil e flexível para produzir couro com menor custo, alta produtividade e com excelente qualidade em processos de recurtimento, caleiro e curtimento por separador. Também permitem realizar processos em contínuo “one shot” de caleiro e curtimento dentro do mesmo fulão, proporcionando uma qualidade de couro inimaginável até agora para esse tipo de processo.
Os fulões proporcionam ainda maior capacidade de carga – entre 40% e 80% superior aos fulões convencionais; economia de água e de energia de aproximadamente 60%; redução de 15% de produtos químicos e menor custo no tratamento de efluentes. Além disto, gera incremento de produção em um espaço menor.
O bom início do ano no Brasil, indicado pela Couromoda, evidencia para Ari Marcarini, o aquecimento da indústria calçadista, gerando investimento em máquinas diversas, incluindo fulões. Neste cenário, vislumbra um bom ano, “porque os produtos brasileiros têm preços acessíveis, com tecnologia e qualidade agregadas, permitindo ao curtume excelentes resultados em sua produção”. Adiciona que a proximidade com os clientes latino-americanos ajuda para a redução de custos aos clientes.
