Sacramentos religiosos como acender velas, enviar santinhos e até mesmo se confessar já podem ser feitos via internet por fiéis católicos
Pedir orações, realizar novenas e até mesmo acender velas para os santos das causas impossíveis já podem ser realizados via internet. Se um dia custou caro conseguir indulgências e absolvição dos pecados, pelo menos as confissões já podem ser feitas de graça, sem sair de casa e apenas por meio de um clique no mouse.
Um estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, mostrou que pela primeira vez em 130 anos, a fé dos brasileiros parou de cair. Duas causas são consideradas fundamentais para o acontecido: a renovação da Igreja Católica e a comoção pela morte do papa João Paulo II, em abril de 2005. A pesquisa foi realizada antes da vinda do papa Bento XVI, em 2007.
Neste sentido, a internet tem desempenhado um importante papel na divulgação e propagação dos ideais católicos. Os religiosos modernos não estão mais interessados em apenas ouvir músicas e orações nas igrejas. Procuram cultos online, mensagens virtuais e principalmente facilidade para se comunicar com outros religiosos.
Canonizado pelo papa Bento XVI em 2007, o primeiro santo brasileiro, Frei Galvão, ganhou um site na internet (www.freigalvaobrasil.com.br), onde além da história do santo, existe uma loja virtual e um serviço de acendimento de velas, para aqueles fiéis que não podem ir até o santuário de Frei Galvão, em Guaratinguetá.
Serviço completo mesmo tem o Portal Meu Santo (www.meusanto.com.br), onde os principais santos da Igreja Católica estão esperando o oferecimento de alguma oração, um pedido desesperado, a distribuições de santinhos, uma novena coletiva ou uma vela para graças alcançadas. E se o fiel não sabe para que santo pedir ajuda, o portal oferece um perfil das vocações de cada um, para facilitar a escolha.
Para o Bispo Diocesano de Novo Hamburgo, Dom Zeno Hastenteufel, a internet tem sido um novo instrumento de comunicação da Igreja, e não teme que esses recursos esvaziem as missas tradicionais, ¨ quem mais está utilizando a internet como forma de demonstrar sua religiosidade são os jovens, um público que está um pouco afastado das missas. Claro que existe pontos negativos nisso também, mas os positivos prevalecem¨, afirma o bispo.
Mas quando o assunto é o site inglês The Confessor (www.theconfessor.co.uk), ou a confissão, o bispo encara como uma brincadeira de criança a iniciativa. O site recebe confissões de católicos de todo o mundo, que podem utilizar um texto próprio ou escolher o que melhor se encaixe em seus pecados. A penitência divina sai na hora, e o usuário escapa do sermão do padre.
¨ Este site me lembra de quando eu era criança, que brincávamos de missa e eu era o padre. Fazia as hóstias de rodelas de bananas e todos comungavam comigo, até mais de uma vez. Não creio que essa prática se estenda, pois a confissão é um dos mais sagrados sacramentos católicos¨, acredita Dom Zeno.
A Igreja Católica, que sempre tratou com desconfiança as novas mídias, foi assim com o rádio e a TV, tem tratado de maneira diferente a internet. O instrumento tornou-se uma forma rápida, dinâmica e de largo alcance, para frear o crescimento do número de pessoas não-católicas. È a sua missa dominical e outros sacramentos católicos dentro de sua casa, em seu computador.