Governadora Yeda Crusius anuncia que Rio Grande do Sul gasta 73% com pagamento de servidores
Em entrevista coletiva nesta terça-feira, a governadora Yeda Crusius confirmou que o veto ao aumento dos salários dos funcionários do Judiciário será total. Ela disse ainda que a decisão tem a ver com o tamanho do déficit público e com o fato de o Estado não estar cumprindo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, gastando 73% da arrecadação com a folha de pagamento dos servidores, enquanto o índice deve ser de 66%.
“O aumento fere frontalmente um programa de reestruturação, sendo que não há nenhuma indicação de que a gente tenha uma receita extra”, afirmou.
A governadora voltou a usar o discurso de que o governo não pode permitir o aumento de despesas. Também justificou o veto dizendo que deseja diminuir a diferença salarial entre os poderes. “No caso de aperto fiscal, não vetar significaria decretar discrepâncias ainda maior com os salários”, disse.
Em relação à apreciação do veto na Assembléia Legislativa do Estado, com a saída dos deputados Jair Soares (PP) e Vieira da Cunha (PDT), que lideraram ação contra o pacote de medidas, Yeda disse que a diferença se dará pela influência e liderança política que os parlamentares possuem. “Este veto faz parte do projeto de reestruturação do governo e não temos como gerar mais despesas aos cofres públicos”, garantiu.
Grupo de inteligência
Outra medida anunciada pela governadora Yeda é sobre a implantação da sugestão proposta pelo procurador-geral do Ministério Público, Roberto Bandeira Pereira, de criar um grupo de inteligência para investigar e recuperar parte da dívida ativa do Estado, estimada em R$ 12 bilhões.
Yeda disse que pediu ao chefe da Casa Civil, Fernando Záchia, para estudar formar para colocar a idéia em prática.
A governadora lembrou que, se 10% da dívida ativa for recuperada, aliada ao esforço de cortar em 30% as despesas de custeio e em 20% o número de cargos em comissão, o Executivo conseguirá zerar o déficit fiscal.