Ambientalista dá dicas para identificar quando há realmente algo de estranho na cor dos nossos arroios
Na semana passada, o novohamburgo.org noticiou e mostrou através de fotos uma alteração na cor dos arroios Luiz Rau e Pampa. Segundo a ambientalista Dione Dias de Moraes, que fez o flagra, tratava-se de lançamentos irregulares de efluentes. O registro gerou dúvidas: a justificação para a cor do Pampa, era de que resultasse de ação das águas da chuva revolvendo fundo do arroio, ocasionando a cor escura.
Conforme Dione, que é coordenadora do projeto SOS Rio dos Sinos – Campanha Água é Vida, outras fotografias, tiradas dos mesmos pontos, revelam que, em situação normal, a coloração do arroio é bastante diferente de quando ele é alvo de possível lançamento de efluentes não-tratados.

As fotos mostram o arroio em dia de chuva, com águas mais volumosas e com cor de barro, algo normal em episódios de chuva. “Que são completamente diferentes das águas flagradas num dia sem chuva, cujo volume e cor, completamente alterados demonstram encontrarem-se fora dos padrões de emissão previstos nas legislações vigente”, explica.

Também há uma imagem do arroio em estado normal em um dia seco, com águas baixas, transparentes e sem coloração alguma, sendo possível até ver o fundo do arroio.
“É importante divulgar estas imagens para que a população de Novo Hamburgo perceba as diferenças, faça comparações, e tire suas próprias conclusões sobre a situação dos arroios e talvez assim consigamos despertar reações de indignação, preservação, conservação, e responsabilidade com os nossos recursos hídricos”, conclui.

Já no dia 10 de outubro, o arroio Nicolau Becker teve sua coloração alterada para cor branca, devido ao lançamento de efluente contendo corante (substância que, se adicionada a outra, altera a sua cor. Pode ser uma tintura, pigmento, tinta ou um composto químico).
O assunto gerou dúvidas e houve quem acreditasse que a coloração fosse provocada por cal utilizado em construção. Entretanto foi feita a coleta do material, e, o primeiro resultado, 24 horas depois, demonstrou não se tratar de cal. “Isto porque, decorrido esse período, não houve decantação, isto é a separação do sólido do líquido, o que deveria ter ocorrido se fosse cal”, conta. Dione diz ainda que as análises continuam pelo menos para se poder detectar a fonte poluidora.