O cuidado aos povos originários com auxílio da ciência, tecnologia e respeito às suas tradições. Com esse olhar, o prefeito Ary Vanazzi entregou nesta segunda-feira, dia 11, o Espaço de Saúde Indígena, dentro da Comunidade Por Fi Ga. O investimento de R$ 88 mil resultou em novas instalações que beneficiarão principalmente o atendimento de mulheres. Cerca de 300 pessoas vivem na localidade situada na estrada do Quilombo.
Vanazzi falou da responsabilidade do poder público em auxiliar na reestruturação do processo histórico das populações indígenas que vivem na cidade. “Primeiro foi a luta de sair da margem da BR-116, depois da moradia, depois para vir escola, agora o posto de saúde. Enquanto nós estivermos aqui governaremos com esse olhar social. Que a gente saiba valorizar essa comunidade que tem muitos a nos ensinar sobre como viver em harmonia com família, trabalho e meio ambiente”, destacou Vanazzi. O chefe do Executivo lembrou ainda os meses que passou em uma aldeia no Paraná. “Trabalhei em comunidade guarani, na época da construção das barragens de Itaipu, quando muitos perderam suas terras. Muito do que sou hoje, devo a esse aprendizado. Temos a responsabilidade de refazer um processo histórico. No ano do bicentenário, tudo isso será reforçado”, concluiu.
Secretário da Habitação na época das primeiras negociações de remoção em 2005, o atual secretário Geral de Governo Nelson Spolaor acompanhou de perto o avanço do diálogo entre poder público e comunidade indígena. “Hoje vemos um governo federal com um ministério específico para a pauta dos povos originários alinhado com o município. Hoje vemos o prefeito Vanazzi inaugurando a unidade. Isso mostra que a vida pode melhorar quando a administração tem comprometimento com a luta de todos. Parabéns à comunidade Por Fi Ga pela sua vitória”.
Conquista
Emocionada, a técnica de enfermagem Sueli Tomas, caingangue e moradora do local, definiu o Espaço de Saúde como “uma nova fase que começa a se concretizar fruto de muita luta”. Ela relembrou os tempos em que não havia sequer unidade. “Cheguei a fazer atendimento dentro do quarto da minha casa. Por isso que para nós é muito significativo ter ouvida essa reivindicação. É importante a gente poder falar e trabalhar isso dentro de um espaço que acolherá principalmente as mulheres indígenas com o consultório ginecológico e também com os demais atendimentos. Precisamos de um olhar diferenciado”, reforçou. Ela estava acompanhada pelo cacique Elton Nascimento da Costa, pelo vice-cacique José Vergueira e pelo conselheiro da aldeia Dorvalino Cardoso.
Diálogo permanente
A secretária da Saúde Andréia Nunes relatou que o diálogo com a comunidade é permanente. O espaço terá consultório ginecológico, de odontologia e clínico. “Periodicamente nos reunimos com representantes da aldeia e da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde para aperfeiçoar as condições de atendimento e da aldeia como um todo. Isso inclui diálogo para saneamento com o Semae e aspectos estruturais”, destacou ao lado da secretária dos Direitos Humanos, Nadir Maria de Jesus.