Mais de mil pessoas foram ouvidas na região, e 70% afirmam que formação e educação levam ao preconceito
O racismo também reside na falta de educação. É isto que revela uma pesquisa encomendada pelo Centro de Pesquisas e Planejamento (CPP) da Feevale. Segundo o estudo, 68,7% dos entrevistados de Novo Hamburgo afirmaram que a formação e a educação são fatores preponderantes para a criação de pessoas inescrupulosas e preconceituosas.
Já em São Leopoldo, o percentual de entrevistados que acredita que o preconceito vem de berço ou é “ensinado” na sociedade e na escola chega a 70,3%. A pesquisa abrangeu 1.060 pessoas de várias idades, durante a segunda quinzena de agosto e todo o mês de setembro deste ano. Dos entrevistados 50,5% eram do sexo masculino e 48,5% feminino e 1% não informou.
O estudo também indicou outro detalhe interessante: 87,2% dos hamburguenses desconhecem alguma legislação a ser aplicada em caso de constatação de preconceito racial. Já entre os leopoldenses, este percentual cai para 75,2%. É um indicativo importante de que a legislação existente precisa ser melhor trabalhada, avaliam os coordenadores deste trabalho.
A pesquisa
No Dia da Consciência Negra, lembrado nesta terça-feira na Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo e em todo o Brasil, uma pesquisa solicitada ao CPP a partir de um contato inicial feito pela ONG Palmares para a busca de informações que viessem a contribuir para o Projeto Quizomba da Cidadania, financiado pelo Ministério da Cultura – Fundação Cultural Palmares.
São parceiros do CPP a Horta Comunitária Joanna de Angelis, de Novo Hamburgo, o Movimento de Consciência Negra Palmares, de São Leopoldo, o Programa Identidade, Etnia e Gênero/NIGERIA (FEEVALE), o COPAA (Comitê Pró-ações Afirmativas), Associação do Hip Hop do Vale do Sinos (AHVS) e as escolas de samba Protegidos, Sociedade Recreativa Aí Vem os Marujos, Império São Jorge e Sociedade Esportiva, Cultural, Beneficente Cruzeiro do Sul.