Depois de visitar lixão, vereadores tentam se reunir com prefeito para debater os problemas identificados
O lixo continua sendo a principal dor de cabeça do governo Jair Foscarini. Impasse na licitação, insucesso na coleta seletiva, questionamentos sobre altos gastos com o transporte dos resíduos e cobranças do Ministério Público formam um leque de problemas que revelam a maior deficiência da gestão municipal. Faltava uma cobrança mais forte do Legislativo. Agora, não falta mais.
Após vistoria na central de reciclagem do bairro Roselândia, vereadores da Comissões de Meio Ambiente e de Saúde da Câmara Municipal decidiram procurar o prefeito para buscar soluções. O quadro encontrado não agradou em nada aos parlamentares, que pretendem cobrar em reunião melhorias no recolhimento, separação e reciclagem do lixo
Anita Lucas de Oliveira (PT), Cleonir Bassani (PSDB), Gilberto Koch (PT) e Jesus Maciel Martins (PTB) decidiram encaminhar requerimento solicitando informações à Prefeitura sobre as condições de trabalho no local. O Executivo terá prazo para responder às indagações, mas os parlamentares pretendem agendar ainda para este mês uma reunião com o prefeito Jair Foscarini e com os secretários da Saúde e do Meio Ambiente para discutir o assunto.
Segundo notícia publicada no site da Câmara, os vereadores observaram o trabalho realizado pelos catadores e identificaram que alguns trabalhadores sequer utilizam luvas. O relato de uma catadora apontou que aqueles que protegem as mãos obtêm as luvas do próprio lixo.
A posição da Câmara se junta a outros fatores que colocam o lixo como uma dor de cabeça do governo. Desde maio, tramita na Justiça uma Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público (MP), através da promotora Gislaine Rossi Luckmann. O processo acusa o prefeito Jair Foscarini e a ex-secretária de Meio Ambiente Margô Guadalupe Antonio de desperdício de dinheiro público durante o envio do lixo do município a Minas do Leão.
Desde o início de julho, a sistemática de coleta seletiva também passou a ser questionada. Isto porque o Município transferiu a responsabilidade de recolhimento aos catadores, que tiveram dificuldades para atender toda a cidade. Atualmente, há a promessa de que Novo Hamburgo inteira seja atendida, porém não há um contrato formalizado que possibilite à Prefeitura acompanhar e fiscalizar o trabalho.
E os problemas não param por aí. Sem conseguir dar uma solução para a nova licitação do lixo, que vem se atrasando mês após mês, neste ano o governo municipal desistiu de adotar o modelo de concessão por 20 anos, conforme havia anunciado em 2006. Oficialmente, o governo espera enfim lançar o edital ainda em 2007.