Dois flagrantes no final de semana escancaram a irresponsabilidade de indústrias com o meio ambiente
O final de semana foi movimentado na área ambiental. E, infelizmente, no pior sentido. A ambientalista Dione Dias de Moraes, coordenadora do projeto SOS Rio dos Sinos, flagrou dois lançamentos irregulares de efluentes nos principais arroios de Novo Hamburgo.
No sábado, o primeiro registro foi feito no arroio Luiz Rau. A partir de uma denúncia, Dione constatou que as águas mudaram de cor, provavelmente em razão de uma descarga de resíduos de empresas que utilizam em suas atividades tintas, corantes e anilinas.
“Estes lançamentos costumam ser de pouca quantidade, e logo desaparecem do ponto onde foi lançado, dificultando a localização”, explica Dione, que diz ter identificado um maior volume de água em condições suspeitas no bairro Industrial. “A cor, o cheiro, a densidade e os resíduos, identificam como sendo de curtume e a quantidade relativa a um tanque de grande capacidade”, afirma.

Segundo Dione, foi possível coletar uma amostra a água, que será levada à análise em laboratório para identificar a fonte da contaminação. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Planejamento (Semap) foi comunicada a respeito da ocorrência.
Horas depois, foi a vez do arroio Pampa ser a vítima. Dione constatou uma alteração nas águas junto à ponte da rua América, no bairro Canudos. A Semap foi acionada novamente, enquanto a ambientalista diz ter rastreado o lançamento de efluente não tratado.

Conforme Dione, mesmo com a presença dos fiscais da secretaria, não foi possível detectar de onde veio o lançamento. “O próximo passo é aguardar o resultado da análise e fazer um levantamento de todas as possíveis empresas no entorno destes dois arroios que poderiam produzir o efluente coletado”, diz.
“É preocupante a irresponsabilidade e o descomprometimento dessas pessoas que cometem esse crime ambiental, que coloca em risco a nossa sobrevivência e as das espécies aquáticas. Tanto comprometem o tratamento da água para abastecimento, contaminam os peixes, impedindo que possam servir de alimento e fonte de renda, quando não provocam a mortandade, se o rio estiver baixo, lamenta”.