Empreendimento do Grupo Zaffari mudará cara da cidade às margens da BR-116, em Novo Hamburgo
Nesta semana, Novo Hamburgo ficou um pouco mais perto de enfim ganhar seu primeiro bairro privado. Em audiência pública, a Companhia Zaffari apresentou o Boulevard Germânica, empreendimento que prevê um pólo comercial com áreas verticais, além de áreas residenciais, verticais e horizontais. O projeto, apresentado há mais de cinco anos, começa a tomar forma para deixar o papel e, após 78 meses de obra, ser inaugurado em 386 hectares.
O secretário de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Semap), Alvício Klaser, diz estar satisfeito pelo fato de o Zaffari ter ido além da divulgação das intenções sobre o uso da área. Klaser ressalta que já foi apresentada uma série de propostas em nível urbanístico, demonstrando que a proposta é construir um empreendimento de primeiro mundo, com ruas largas que podem receber ciclovias e até uma área verde.
O secretário adianta que depois, de a Fepam fazer todas as liberações ambientais necessárias a uma obra deste porte, ela repassará o processo ao município. “Depois que o empreendedor tiver a licença prévia, poderá dar início às obras. Esta será uma nova e importante opção de desenvolvimento e crescimento para o município”, frisa.
Somente para a urbanização, o Boulevard Germanânica receberá injeção de recursos de aproximadamente R$ 40 milhões, que serão destinados à abertura de ruas, instalação de água, esgoto sanitário e pluvial, calçamento e jardinagem entre outros. Além de condomínios, o projeto prevê também hipermercado, áreas para exploração comercial e espaços para ensino superior, médio e fundamental.
Klaser não tem idéia exata de quantos novos empregos surgirão, mas prevê excelentes possibilidades de negócios, geração de centenas de empregos diretos e temporários além de uma provável modificação na leitura da cidade. A construção do empreendimento ainda prevê a manutenção da área de preservação permanente do arroio Gauchinho.

Preocupação com esgotos
O ponto central do debate, conforme o biólogo Markus Wilimzig, reside na construção da Estação de Tratamento de Esgotos no empreendimento. No encontro, não teria sido tomada uma decisão sobre o assunto e a única informação divulgada foi de que existe uma área no projeto que poderá ser utilizada para a finalidade. Porém, não foi assegurado que ela será de fato construída.
Wilimzig, que também é presidente do Movimento Roessler, informou que a entidade sugeriu aos técnicos da Fepam a inclusão da necessidade de preservação da mata ciliar do arroio Gauchinho e ainda da mata nativa que existe na área a ser urbanizada. “Nossa proposta é de que as manchas de matas e o manancial de água sejam integrados dentro do novo parque e que se tornem de preservação permanente”, argumenta.
Já a representação de São Leopoldo manifestou a preocupação de que, com o Boulevard Germânia, possa ocorrer novamente uma ocupação irregular nas proximidades da rua Presidente Lucena, na divisa dos dois municípios. Situação similar ocorreu há alguns anos quando o Poder Público precisou retirar um grupo de mais de 100 casas construídas irregularmente.