O Ministério da Educação (MEC) definiu o primeiro final de semana de dezembro – dias 5 e 6 – como a nova data para aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O anúncio foi feito pelo ministro Fernando Haddad em entrevista coletiva na tarde de ontem. Mais de 4,5 milhões de estudantes de todo o País aguardavam a informação. O problema é que a nova data coincide com vestibulares de instituições públicas e particulares de ensino. Ao todo, 68 universidades têm convênio com o MEC para usar os pontos do Enem no processo de seleção, mas diante da mudança há quem reviu a utilização do critério, como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). No caso das faculdades particulares, muitas ainda estão fechando seus calendários. A prova do Enem foi cancelada na quinta-feira, depois da suspeita de fraude devido ao vazamento da prova, que seria aplicada no último fim de semana.
Entre os processos seletivos afetados estão o da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Fundação Getulio Vargas (FGV). O ministro contatou os reitores das universidades em questão.
Alunos podem mudar local de prova
Os alunos que quiserem mudar a cidade onde a prova do Enem será realizada poderão fazer o pedido de transferência a partir de hoje, no portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), www.inep.gov.br. Os inscritos terão cinco dias de prazo para fazer a alteração. Uma força-tarefa, constituída por empresas privadas e instituições públicas, ficará encarregada da realização do exame em todo o País.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) cuidará da logística da distribuição das provas nos mais de 1.800 municípios onde o exame será aplicado. À Polícia Federal caberá dar apoio de inteligência e monitorar todas as etapas do Enem. A Força Nacional de Segurança Pública ficará de sobreaviso e pode ser acionada em regiões que apresentem maior vulnerabilidade ou risco à integridade dos mensageiros que conduzirão os exames.
PF indicia cinco e encerra inquérito
A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito que investigou o vazamento da prova do Enem 2009. O mentor da operação foi Felipe Pradella, que contou inicialmente com a ajuda de dois colegas que trabalhavam com ele na empresa Cetro, uma das três que compunham o consórcio vencedor da licitação do Enem: Marcelo Sena, 20 anos, e Felipe Ribeiro, 21 anos. Eles tinham livre acesso à gráfica onde as provas foram impressas. Ambos foram indiciados por quebra de sigilo funcional e peculato, crime atribuído a servidor público ou a quem exerce função equiparada.
O Inep ainda rompeu o contrato com o Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção (Connasel) que aplicaria as provas do novo Enem. A Fundação Cesgranrio, que organizou todas as 11 edições anteriores do exame, confirmou que fará parte da nova comissão organizadora da prova, ao lado do Cespe, dos Correios e da Força Nacional de Segurança.