Nesta quinta-feira (12), a Secretaria de Segurança do Distrito Federal confirmou que o hamburguense Rudinei de Lima Soares foi preso durante os atos em Brasília, no último domingo, que terminaram com a invasão e destruição dos três poderes federais.
O nome dele aparece na lista divulgada, também, pelo Ministério da Justiça, com o número 587. Ele está detido no Centro de Detenção da Papuda, em Brasília, segundo informações do governo.
Rudinei deixou Novo Hamburgo na quinta-feira (5), a noite. A esposa, Cristiane Machado, relatou ao DuduNews o percurso do hamburguense rumo à Capital. “Ele saiu de Novo Hamburgo, e foi a Caxias do Sul, onde pegou um ônibus direto a Brasília. Ele chegou no sábado, a tarde, na capital federal, quando fez contato conosco”, relata a moradora do Bairro Boa Saúde.
Ela relata que Lima ficou acampado nos QG’s dos apoiadores de Jair Bolsonaro. “Ele estava acampado lá. Recebeu jantar no sábado”, afirma.
No domingo, dia do ataque, o hamburguense acompanhou um grande grupo até a Praça dos Três Poderes. Ele enviou um vídeo as 13h15, relatando a movimentação. Os presentes, naquele momento, cantavam cânticos brasileiros, enquanto se dirigiam aos palácios.
O hamburguense teria visto parte do início da confusão, mas voltou para o local onde havia passado a noite, junto a um grupo. “Ele relatou que teria ficado no QG, e que o exército estava em volta”, relatou Cristiane, no contato feito com o esposo 2h30 da madrugada de segunda-feira (9). Já na manhã de segunda, por volta das 9h, Lima voltou a fazer contato com a família, afirmando que estava sendo levado detido pelas forças Armadas, em um ônibus. Desde lá, o telefone aparece como desligado, por conta da detenção.
A família acredita que ele não cometeu nenhum ato ilícito.
DEMORA
São mais de 1000 pessoas presas. O advogado Lúcio de Constantino relata demora na audiência de soltura dos presos. “A realidade é que o esquema para audiências não tem boa organização. São muitas pessoas presas e, em consequência, muitos advogados. Hoje tínhamos mais de cem advogados na entrada do Presídio da Papuda, no Centro de Detenção Provisória-2 (CP-2, onde estão detidos 696 homens), tentando se cadastrar para falar com seus clientes presos. Muitos sequer conseguiram avistar os presos”, reclamou Constantino ao Jornal Zero Hora.