A Justiça determinou, nesta segunda-feira (12), o afastamento por 180 dias de um médico que é investigado por cirurgias em 15 pacientes no Rio Grande do Sul. “O Inquérito policial investiga intervenções realizadas pelo cirurgião de Novo Hamburgo João Couto Neto. Durante o período, ele não poderá exercer a função, segundo decidiu a justiça. A denúncia foi feita em reportagem no RBS Notícias, para todo o estado, pelo repórter Giovani Grizotti, da RBS.
O médico divulgou nota, nas suas redes sociais. “Atuar como médico é sempre um grande desafio. Temos plena consciência e certeza de praticar a medicina para a melhor saúde dos pacientes. E com esta maturidade e responsabilidade nos sentimos confortáveis em afirmar que realizamos mais de vinte mil cirurgias durante os últimos 19 anos”, diz. Ele ainda afirmou que sempre pautou sua vida profissional com ética e respeito aos pacientes.
A defesa do médico disse que ainda não teve acesso aos autos do processo, e deve se manifestar.
A investigação identificou que a maior parte dessas cirurgias foi realizada no Hospital Regina, em Novo Hamburgo. Em nota, o Hospital Regina diz “que colabora com a Polícia Civil, Ministério Público e Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul em sua investigação e que não informa nenhum detalhe sobre os trâmites das autoridades” e que “reafirma seu compromisso com a saúde da comunidade e segue normalmente com seu atendimento”.
Durante a tarde, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em uma clínica e no Hospital Regina. A Justiça negou o pedido de prisão preventiva do médico. Conforme o delegado responsável pela investigação, Tarcísio Lobato Kaltback, o médico, que se apresenta como especialista na realização de cirurgias do aparelho digestivo, é responsável por “intervenções desastrosas e desumanidade no tratamento pós-operatório, com descaso total quanto à saúde”.
“Dois irmãos dizem que o pai foi para a mesa de cirurgia por causa de uma hérnia. O procedimento, que era para ser simples, terminou em morte. “Em virtude dessa cirurgia, ocorreu uma perfuração do intestino. Aí, como o intestino estava perfurado, também não havia como fazer a alimentação enteral, parenteral, vazava. Então, ele foi definhando”, afirma um deles, que prefere não ser identificado”, disse a reportagem de Grizotti, agora a noite.
