A família de Deise Silva de Oliveira, 28 anos, brutalmente assassinada pelo ex-companheiro, ainda tenta buscar respostas para assimilar tudo que aconteceu.
Deise foi espancada e morta com um tiro na cabeça pelo ex-marido, um hamburguense, no domingo (27), em Araricá. Ela havia pedido a separação, saiu de casa e, nove dias antes do assassinato, procurou a polícia. Deise relatou que tinha medo e solicitou a medida protetiva com urgência, que foi deferida pelo Judiciário. No entanto, Jair se aproximou dela e lhe assassinou. Ele foi preso horas depois de abandonar um dos filhos do casal, de 2 anos, em um posto de combustível e de colidir a caminhonete. Na delegacia, se reservou ao direito de permanecer em silêncio.
Uma das irmãs de Deise, Morgana Silva, conta que a família está consternada com tudo que aconteceu. “Ela foi vítima de um crime horrível, ainda estamos chocados com tudo. No domingo, recebi a ligação de outra irmã e não quis acreditar. Ele machucou toda ela, haviam marcas por todo corpo, atirou na cabeça dela e depois largou o corpo daquela forma, na rua. Não tem explicação, ele jamais deveria ter feito isso e ainda na frente de um dos filhos; foi tudo terrível. Ela sofreu demais”, disse a irmã, com os olhos lacrimejando, a repórter Melissa Costa, do Jornal Repercussão, de Sapiranga.
Deise tinha cinco filhos, sendo quatro com Jair. As crianças estão sendo cuidadas pela avó materna, que também reside em Araricá.
A morte da irmã e o abandono do filho de 2 anos chocaram a comunidade. “No domingo (do crime), ele ligou dizendo que daria dinheiro e fraldas. Como a situação financeira estava difícil, ela aceitou a aproximação. No entanto, ele se aproveitou disso para matá-la”, conta a irmã. Deise estava na companhia do filho de 2 aninhos. “Tudo aponta que o pequeno viu a mãe ser morta. Quando ele (Jair) parou no posto, gritou para um rapaz pegar a criança pois ele havia matado a mãe dela. O pequeno estava ensanguentado, tinha sangue no rosto, nos pés, e ele só pedia pela mamãe e falava de tiro. Foi uma maldade enorme isso. Agradeço a esse rapaz por ter salvo nosso sobrinho”, desabafou Morgana a jornalista, clamando que as mulheres jamais aceitem agressão.
Conforme o delegado Clóvis Nei da Silva, o acusado responderá por homicídio duplamente qualificado – Motivo fútil ou torpe e dissimulação (traição, emboscada, recurso que dificulte ou impeça a defesa da vítima).