Uma emocionante história de amor, carinho, fé e relação com Novo Hamburgo. E com o tradicional Hospital Municipal, que completa 75 anos.
Em 2011, a moradora de Santa Vitória do Palmar Elisiane dos Santos San Martin passou, ao mesmo tempo, pelo pior e melhor momento de sua vida. Naquela sexta-feira de 21 de outubro de 11 anos atrás, a bolsa dela, que estava grávida de sete meses, rompeu. Foram dois dias de procura por leitos em todo o Estado até que ela conseguiu vaga em Novo Hamburgo, a 530 quilômetros da cidade onde ela reside.
Como a bolsa da gravidez estava rompida e a demora para realizar a cesariana foi grande, Elisiane e os bebês contraíram infecção. Ela ficou três dias em coma, induzido. Os bebês, os gêmeos Gustavo e Guilherme, ficaram na UTI, mas se recuperaram bem. No dia 1º de novembro, Elisiane saiu da UTI e finalmente conheceu os bebês. Dias depois, voltou para a cidade, no melhor momento de sua história.
Mas a relação que ela possui com Novo Hamburgo e com esse hospital ficou mais intensa e viva do que nunca. É um coração pulsando fora do corpo. Neste ano, aqueles gêmeos, que completaram 11 anos em 2022, e que pouco esperança de vida tinham, se tornaram dois “lindos meninos”, como ela mesmo menciona. A reportagem deixa este espaço de narração para ela falar, em uma carta emocionante escrita em homenagem aos 75 anos do Hospital Geral: ”
Eu gostaria de agradecer imensamente todo o carinho, atenção e dedicação que os meus filhos e eu, recebemos de vocês há 11 anos!
Sim, ontem, há exatos 11 anos, dois Novo-Hamburguenses chegavam ao mundo, fazendo muito “barulho”!
Recebemos de toda a equipe da FSNH, o melhor tratamento possível! E de todos os servidores com os quais tivemos a oportunidade de ter contato (ou que prestaram serviços direta ou indiretamente a nós), recebemos muito além do trabalho efetuado por eles, recebemos o mais puro amor, muita torcida, total dedicação, com muito profissionalismo. Se hoje estamos aqui comemorando a vida, a saúde totalmente plena, em primeiro lugar agradecemos a Deus, em segundo lugar, a cada um de vocês, profissionais que abraçaram essa linda profissão com muito Amor! Que respeitam o próximo e colocam a vida do outro, em primeiro lugar. Em terceiro lugar, e não menos importante, às pessoas que oraram por nós, que nos enviaram energias positivas, que nos doaram muito mais do que presentes materiais (que foram muitos!), mas nós doaram seu tempo e seus corações. Isso é impagável!”
Aqui, ela segue, falando da relação de amor e carinho que criaram com a cidade, com tios e até pais emprestados que se formaram em volta da família. “Então, fica aqui a minha singela homenagem a essa Fundação que amo, respeito e admiro! Minha gratidão eterna e meu carinho a cada funcionário e a cada servidor da Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo, que desempenha suas funções com amor, respeito e solidariedade ao próximo. Esse (o Amor) é a primeira medicação que recebemos, que nos leva a cura. É essa medicação, a primeira a agir nas enfermidades, nas doenças físicas e nas mazelas do mundo.
Essa era uma das histórias que eu gostaria de ter contado (dentre outras)… a Isabel Cristina era uma funcionária do Hospital Geral de Novo Hamburgo, na época em que os meninos nasceram. Ela foi e continua sendo um dos mais lindos presentes que ganhamos através dessa instituição… ela acolheu toda a minha família, naquele momento de incertezas, angústias e aflição (de desespero mesmo) em sua casa, no seio da sua família, sem ao menos conhecer ninguém! Por cerca de 1 mês, meus familiares “moraram” com ela é sua casa virou um ponto de peregrinação, onde amigos e familiares nossos e dela, se reuniam todas as noites para saberem notícia, orarem e auxiliarem com o que podiam (inclusive, doando alimentos, dinheiro, cadeiras para receberem tantas pessoas… alguns pagaram contas de água e/ou luz, gás…). Eles se tornaram a nossa família de Novo Hamburgo e mantemos esse elo vivo até hoje!”
Ela ainda menciona dois outros profissionais: um penteava seus cabelos na UTI. Outro, enchia a de positividade. E essa positividade deve inspirar a todos!
