A comunidade médica de Novo Hamburgo está mais triste na manhã desta terça-feira (23). Aos 80 anos, faleceu o conhecido anestesista Jorge Roberto de Azambuja Santos. O médico, que atuou por mais de 50 anos na cidade, faleceu na noite de segunda.
Azambuja deixa a esposa, Arlete, além de filhos, netos, e uma legião de amigos.
Durante mais de 53 anos, o anestesista atuou nos principais hospitais de Novo Hamburgo. Conhecido por amar a história do Rio Grande do Sul e por ter, em casa, uma enorme biblioteca própria sobre a Guerra dos Farrapos e tantos outros títulos, o médico fez história, seja nos partos ou em milhares de cirurgias que fez parte.
Durante a Covid-19, ajudou centenas de pacientes em atendimentos no Hospital Regina.
Médicos como Ceres Cechella, Luiz Fernando Albernaz, Cleber Fisch, dentre outros, lamentaram a notícia de seu falecimento nas redes sociais. “Impossível não lembrar dos inúmeros partos que fizemos juntos , e que por ironia também participava e já se foi, meu querido Marcelo. Éramos um quarteto, incluindo a Lucinda. Não sei dizer com quantas famílias fizemos as brincadeiras de que o bebê tinha que ser Colorado e Jorge mais que depressa tirava do bolso um sapatinho do Inter para que fosse tirada uma foto no berço. Jorge tinha exatamente a minha idade como anestesista, 53 anos dedicados a estar no bloco cirúrgico, onde tenho certeza, amava estar. Ano difícil, perdas insubstituíveis, que hoje me causam extrema tristeza. A comunidade médica do Vale dos Sinos, mais uma vez sente esta perda e fica aqui minha reflexão: o que levamos desta vida senão bons momentos e vivências, hoje estou aqui apenas a recordar e orar para que onde estiver, fique em paz”, disse Ceres. Albernaz afirmou: “Hoje vejo encerrar mais um ciclo da vida. A cada amigo que morre, parece que um pouco mais vou assimilando o sentido e a brevidade de nossa própria existência. O dr. Jorge foi nosso parceiro por mais de vinte e seis anos. Um grande exemplo de educação e amor a um propósito. Mas não somente um propósito. Era só falar sobre a revolução Farroupilha, sobre a casa onde Garibaldi construiu o estaleiro, sobre dúvidas literárias envolvendo a nossa história que ele já abria um sorriso . Da mesma forma quando um paciente reinvindicava a sua presença, era aquela disposição! Eu sei que assim ele gostaria de ser lembrado. Como um soldado que não se importaria de dar a própria vida por seu maior propósito: o propósito do respeito humano! Espero que Deus mande outros Jorges a esse planeta”, disse.