O que parecia ser a descoberta de uma mina de ouro se tornou um tormento para uma família de Estância Velha. Eles foram vítimas de um golpe e perderam mais de R$ 75 mil.
Tudo se iniciou em fevereiro, quando um homem apareceu no sítio da família, no bairro Travessão, em Dois Irmãos, e afirmou que há 13 anos o antigo proprietário do local havia enterrado ouro naquele terreno. Uma das vítimas, um pedreiro de 49 anos, conta que aquela pessoa já havia estado no sítio vendendo produtos.
“Disse que a mãe de um empresário de Novo Hamburgo, que havia morrido em um acidente, contou que o filho havia enterrado ouro naquela localidade. Cheguei a dizer que era furada. Mas apareceu o ouro e nos empolgamos”, conta ele.
Com um detector de metais e autorizado a fazer a varredura no terreno, o homem localizou duas supostas barras de ouro. Conforme a vítima, em determinado momento o aparelho apitou, indicando que havia muito ouro enterrado.
O homem, então, disse às vítimas que o aparelho havia estragado e que seriam necessários R$ 600 para o conserto. A família entregou o valor. Depois disso, numa segunda escavação, foram encontradas mais três supostas barras de ouro. Em seguida, foram localizadas mais sete e, depois, cinco peças.
No total, segundo as vítimas, foram encontradas 17 supostas barras de ouro no local. O homem disse à família que o valor, com a venda do material, chegaria a R$ 10,8 milhões.
Em seguida, o homem teria começado a pedir mais dinheiro às vítimas, dando justificativas como a compra de equipamentos para ir a São Paulo vender o ouro e a contratação de um especialista. Em outro momento, alegou que seu carro estragou quando voltava de São Paulo. Nesse momento, a família deu a ele R$ 39 mil para o conserto.
O delegado de Estância Velha, Rafael Sauthier, diz que a investigação apontou que os pagamentos eram feitos em dinheiro. Não havia registros bancários.
Os mandados foram cumpridos no início do mês passado. Na residência do homem, em Estância Velha, os policiais encontraram em cima de um guarda-roupa o que seriam barras de ouro. O delegado, no entanto, afirma que trata-se de ferro banhado em ácido, uma espécie de tinta, que deixa o material dourado. Havia inscrito ainda 24K. O material foi encaminhado para a perícia. E reconhecido pela família.