Com a recente prisão dos 4 policiais militares eleva-se para 8 o número de agentes suspeitos de desvio de conduta
O comandante do 3º Batalhão de Policiamento Militar, de Novo Hamburgo, Tenente Coronel José Paulo Silva da Silva informou nesta segunda-feira, em entrevista ao novohamburgo.org, que a recente prisão de quatro policiais militares elevou para oito o número de agentes da corporação que estão aguardando julgamento por desvio de conduta neste ano.
A prisão preventiva dos quatro policiais militares em Novo Hamburgo, pela Polícia Civil, ocorreu no dia 26 de setembro, quando os acusados foram recolhidos sob a suspeita de participar de roubo a bancos, indústrias e a estabelecimentos comerciais.
Segundo a polícia, eles forneceriam fardas, coletes, algemas e armas aos assaltantes. O trabalho investigativo está a cargo do delegado regional em São Leopoldo, João Bancolini, e da própria corporação militar.
A descoberta da quadrilha de ladrões de carros e assaltantes de bancos, supostamente liderada por policiais militares do Vale do Sinos, revela que cresce o número de PMs que trocaram de lado e viraram criminosos.
Em 2006, a Brigada Militar gaúcha expulsou 53 PMs por envolvimento em crimes e instaurou 10,7 mil inquéritos e sindicâncias, o equivalente a uma investigação para cada dois PMs, em média, já que o efetivo beira 23 mil homens.
O Tenente Coronel José Silva diz que a prisão preventiva de quatro policiais militares foi um baque para todo o grupo. “Todos os quatro policiais presos continuam ocupando celas no Presídio Militar em Porto Alegre e aguardam a conclusão das investigações que serão feitas a partir de um procedimento investigativo a ser adotado nos próximos dias”, explica.
Os policiais envolvidos poderão ser condenados a prisão por desvio de conduta, pelo Tribunal Militar, se ficar comprovado que eles praticaram alguma ação ilícita durante seu expediente de trabalho. Se a irregularidade ocorreu fora do horário de trabalho, o julgamento vai para a justiça comum.
“No Tribunal Militar, normalmente em seis meses sai uma decisão para casos deste porte. Geralmente, se pune com rigor qualquer servidor que desonrar a corporação”, garante Silva.