Ele anunciou uma nova obra literária, distribuiu autógrafos e atendeu a imprensa e seus colegas escritores e professores que estiveram no Teatro Paschoal Carlos Magno
O escritor porto-alegrense e médico, Moacyr Scliar, esteve no inicio da tarde de hoje visitando a Feira do Livro de Novo Hamburgo. Depois de passar pelo mundo encantado dos livros, escondidos nas barracas de lonas, ainda antes da chuva, o escritor se dirigiu até o Teatro Paschoal Carlos Magno, onde imprensa, outros colegas escritores, como os hamburguenses: Henrique Schneider e Simone Sauressig o esperavam para uma conversa informal.
Scliar aproveitou a oportunidade para fazer oficialmente a apresentação de mais uma obra sua: O Menino e o Bruxo. Com esta publicação o escritor Moacyr Scliar consegue chegar a casa de 70 livros escritos ao longo de sua vida. Ele fez uma breve introdução, dizendo que a obra foi anunciada ontem pelo editora Ática/SP e que a proposta dele foi de reportar o leitor a vida do menino Machado de Assis.
A história tem início quando o jovem menino caminhava por uma rua do Rio de Janeiro com sua cesta de doces e num determinado momento ele se depara em frente a uma casa misteriosa e dá inicio ali uma viagem imaginária onde o menino conversa com o escritor Machado de Assis, já adulto.
O visitante lembrou que em 2008 o grande escritor homenageado deverá ser Machado de Assis. Não esqueceu de falar que no próximo ano também será lembrado o centenário do nascimento do escritor Ciro Martins. Scliar disse que Machado de Assis é e sempre será importante para a literatura brasileira. Sugere que os estudantes e os apaixonados por leitura não deixem de ler Don Casmuro. Se a preferência do leitor for por contos disse que: Missa do Galo é uma boa pedida.
Perguntado sobre os cuidados que ele tem na utilização de linguagem especialmente voltada para o público jovem, Scliar disse que é importante sempre ter muito respeito pelos novos leitores. Uma linguagem direcionada e especifica para os leitores que estão chegando no mercado não significa que ela não possa vir carregada de uma contextualização histórica, é preciso ter o cuidado simplesmente para deixar a todo momento bem claro a pessoa que você está utilizando na comunicação e procurar exercitar muito a intelectualidade de cada pessoa que está vendo sua obra.
Quando perguntado como ele define o nome de seus personagens respondeu que essa é uma pergunta muito interessante. Segundo ele todos são cuidadosamente nomeados para atingir o propósito que são criados. Ele disse que na ficção não é muito diferente da vida real. Explica que quando um pai escolhe o nome de um filho ele cria toda uma expectativa e um propósito em cima da trajetória daquela criança.
“Eu por exemplo não me chamo Moacyr por acaso: meus pais escolheram porque esse era o nome do filho de Iracema, personagem do romance de José de Alencar e inconscientemente eles desejavam que eu me envolvesse com a literatura”, exemplificou.
Desejou à secretária de Cultura Helenise Juchem e todos os organizadores do evento uma boa feira. Destacou como ano após ano a atividade vem crescendo de forma significativa em Novo Hamburgo. “Lembro-me das primeiras atividades modestas na cidade desde o meu tempo em que atuava como médico na área de saúde pública em São Leopoldo e já acompanhava de perto as movimentações deste lado do Rio dos Sinos”, revelou aos participantes hamburguenses.