A primeira mulher a assumir o governo do Rio Grande do Sul afirma que seu governo terá voz de mulher
Às 16h30min do dia 1º de janeiro de 2007, Yeda Rorato Crusius assinou um documento histórico: o termo que faz dela a primeira governadora do Rio Grande do Sul. Yeda fez um discurso emocionado, lembrando o fato de ser a primeira mulher a comandar o Executivo, e com muitas alusões à palavra “novo”. “É com imensa honra e extremada humildade que hoje, nesta Casa, tomo posse como governadora do Rio Grande do Sul. Serei a governadora de todos os gaúchos e de todas as gaúchas. Não será por falta de diálogo que deixaremos de resolver todos os problemas. Mas esse será um diálogo novo. Terá voz de mulher, sensibilidade de mulher, e isso é novo”, afirmou.
Sobre mudanças estruturais que planeja para sua administração, a governadora reforçou sua intenção de constituir um fundo para servidores inativos. “Não é porque os aposentados representam 52% da folha de pagamento que não se consegue trazer para o serviço público jovens que querem contribuir com ele. O enfrentamento da crise tem como base exatamente a construção dos meios que apaguem do diálogo político um uso que não serve à causa da pátria”, prosseguiu Yeda. Defendeu para as novas gerações a garantia de um fundo que lhes renda, no futuro, aquilo que lhes compete e que seja justo para quando chegar a hora de suas aposentadorias.
Yeda afirmou também que deseja valorizar a Defensoria Pública, um serviço, segundo enfatizou, tão essencial à Justiça, embora tenha nascido mais tarde. Todas as funções da Justiça, continuou a governadora, serão valorizadas em condições de igualdade em seu governo. Ao encerrar o discurso, Yeda celebrou a política que tem a convergência como alicerce. “Quando perguntarem como foi a transmissão, vou dizer que foi bela como nunca, como uma música que honra pela sua orquestra todo o nosso Rio Grande. Apesar dos quarenta e cinco ou cinqüenta graus, a gaúcha e o gaúcho de nascimento, de coração e de ação, vieram celebrar a boa política que começa a partir do Palácio Piratini”, concluiu.