
Senhor do tempo e do vento, aqui, me tens contristado;
o TELMO, Irmão estimado, agarrou meu sentimento
e aproveitando o momento se foi pra Estância do Céu.
Joelho em terra, sem chapéu, uma prece d’improviso:

1933/2021
receba-o no paraíso, meu adeus, neste te-déum.
Senhor, este outro verso, que faço, como campeiro;
tem um pedido caseiro, ao condão do universo,
guardei comigo, imerso na alma de pajador, dê ao Telmo, por favor:
um cepo, um fogo de chão, uma gaita de botão e recebas, como cantor.
Poeta, filho do pago do Rio Grande pêlo duro.
Deixou aqui, pro futuro, exemplos de “índio vago”,
servia, depois dum trago, acultura da querência,
com denodo e com decência, guitarra, voz e cantiga,
co’a falta, que nos obriga sentir saudade, na ausência.
Em nome do Pai e do Filho, em honra à tua memória.
TELMO, Irmão a tua história, tem começo, meio e brilho.
O teu nome, um estribilho, que nos deixa como herança;
este dom, uma lembrança: de tudo que aqui ocorre.
Por que um poeta, não morre, renasce, à cada andança.
NN. casa do rio, fevereiro 18/21
Foto: musicatradionalista/site