Ministro da Fazenda declarou que impostos sobre folha de pagamento atrasam o crescimento do País
Uma declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, chamou a atenção em Brasília nesta terça-feira. Ao defender a continuidade da cobrança da CPMF, Mantega afirmou que a desoneração da folha de pagamento atrasa o crescimento do País.
A redução da incidência de tributos sobre a folha de pagamento figura entre as principais reivindicações do ramo calçadista para vencer a sua crise (veja cronologia abaixo). Entretanto, até quando anunciou medidas para recuperar a competitividade do setor o ministro descartou a possibilidade defendida agora.
“Se eu pudesse optar entre a melhor desoneração para o crescimento do país, para a geração de empregos, eu optaria pela desoneração da folha [de pagamento]”, afirmou Mantega, ressaltando ainda que a redução de impostos que incidem na folha de pagamento aumentaria a formalização, ou seja, o número de profissionais com carteira assinada no mercado de trabalho.
Embora não tenha falado de forma específica sobre o setor calçadista, a posição do ministro é bem diferente de quando lançou o programa Revitaliza, deixando de fora das medidas de apoio aos exportadores a desoneração da folha.
Cronologia de reivindicações
O setor calçadista vem cobrando sistematicamente a desoneração da folha. Na semana passada, o diretor executivo da Abicalçados, Heitor Klein, declarou ao portal novohamburgo.org que a entidade vem solicitando ao Governo Federal medidas que devolvam a competitividade das empresas. Entre elas, citou exatamente a desoneração.
Antes, durante a Fimec, em Novo Hamburgo, a Frente Parlamentar do Setor Coureiro-Calçadista e Moveleiro da Câmara dos Deputados estabeleceu medidas necessárias para vencer a crise. “Aguardamos urgentemente o envio, pelo Governo Federal, de uma Medida Provisória que desonere a folha de pagamento”, destacou o deputado Renato Molling (PP), que preside a Frente.
Na Francal, em São Paulo, o tom de cobrança se repetiu, assim como em reunião com o ministro do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, quando Molling entregou um ofício de descontentamento com Programa Revitaliza. Na ocasião, o deputado pediu urgência na desoneração da folha de pagamento das empresas.