Alerta sobre busca de novos mercados é do delegado regional da Secretaria do Trabalho, Ademir Zang
A crise calçadista no setor exportador tem reflexos claros na geração de empregos. Embora o número de encaminhamentos do seguro-desemprego não tenha tido grande elevação neste período, a recomendação é pela busca de vagas em outros mercados.
O alerta é do delegado regional da Secretaria Estadual de Trabalho, Cidadania e Assistência Social, Ademir Zang. Segundo ele, a busca pelo seguro-desemprego teve uma elevação pequena em tempos de crise, de cerca de 10%. Entretanto, ressalta que os postos de trabalho estão em outras áreas.
“A situação atual é esta: temos poucos empregos e, na área de qualificação da maioria das pessoas, que é a calçadista, nós não temos emprego. O emprego está no nível terceirizado, mais inferior e isto dificulta a colocação das pessoas”, afirma.
Segundo Zang, há profissionais com formação em nível superior e que querem aceitar qualquer emprego, qualquer colocação no mercado. Ele afirma ainda que as vagas estão mais concentradas no comércio, setor terciário, outros tipos de indústrias e na área de informática.
“O calçado nós temos que esquecer um pouco e trabalhar para abrir outros mercados. Há uma dependência do calçado ainda, mas temos que procurar ir adiante, diversificar, fazer outros trabalhos”, reforça.
Dependência do seguro-desemprego
Outro alerta de Ademir Zang é no sentido de que há acomodação de alguns profissionais enquanto recebem a ajuda do governo. “Nós não podemos ver o seguro-desemprego como um emprego. É um quebra-galho. As pessoas pensam em ficar desempregadas para saber quantas parcelas do seguro irão receber. Tem que haver um limite”, diz.
Para o delegado regional, há pessoas que calculam o número de meses que irão trabalhar já pensando em receber futuramente uma parcela extra do seguro. “Não parecem estar preocupadas em trabalhar, e sim em receber o seguro-desemprego sem trabalhar. Mas esperávamos uma procura bem maior e ela não ocorreu. É um sinal de que as pessoas estão procurando mais emprego e menos seguro-desemprego”, analisa.
Entretanto, Zang ressalta que, para quem precisar encaminhar o seguro-desemprego, foi ampliado o horário de atendimento do Sine (na rua David Canabarro, n.º 58), agora das 8h às 15h. “A pessoa não precisa vir antes das 8 horas que será atendida”, afirma, explicando que não há mais o limite de 50 fichas diárias.