Estudo mostra que apenas 23,2% dos gaúchos são usuários da internet, número superior à média nacional
Se você acessou o portal novohamburgo.org, seja de casa, da escola ou do trabalho, e está lendo esta notícia, acredite: você integra um grupo de brasileiros privilegiados. O Mapa das Desigualdades Digitais do Brasil, divulgado pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), aponta que só 17,2% dos brasileiros acessam a internet.
A média no Rio Grande do Sul é um pouco superior: 23,2% dos gaúchos são internautas. O estudo mostra ainda que, em nosso estado, cerca de 16,3% da população têm internet em casa.
A pesquisa, realizada em 2005, revela dados curiosos e, ao mesmo tempo, preocupantes. Embora o Brasil tenha um grande número de usuários de internet (são 31 milhões), em termos percentuais, a comparação com outros países da América Latina é ruim para os brasileiros. Confira:
Chile: 28,9% da população acessa à internet
Costa Rica: 21,3%
Uruguai: 20,6%
Argentina: 17,8%
Brasil:17,2%
Em termos mundiais, a comparação é ainda mais constrangedora para o Brasil, que ocupa a 76ª posição em termos percentuais de acesso à internet entre os 193 países do mundo pesquisados pela União Internacional de Telecomunicação (UIT). O contraste é grande com os países avançados, como a Suíça (76,2% dos suíços são internautas – índices 4,4 vezes maior que o brasileiro).
Entretanto, a desigualdade interna é ainda mais assustadora. O melhor índice entre as unidades da federação é do Distrito Federal (41,2%), que é 5,4 vezes maior do que o pior índice, o de Alagoas (7,6%).

Os melhores
1° Distrito Federal: 41,1
2° São Paulo: 29,9
3° Santa Catarina: 29,4
4° Rio de Janeiro: 26,6
5° Paraná: 25,9
6° Espírito Santo: 23,7
7° Rio Grande do Sul: 23,2
Os piores
Alagoas: 7,6
Maranhão: 7,7
Amazonas: 10,5
Pará: 10,9
Renda e cor influenciam
O Mapa das Desigualdades Digitais do Brasil apontou que só 5,7% da população mais pobre do Brasil utiliza a internet, contra 58,7% daqueles que integram o grupo que concentra os 10% de maior renda, ou seja, 10,28 vezes a menos, ou 928%.
A desigualdade racial também está presente nos resultados estudo. No Brasil, 28,3% dos brancos de 10 anos ou mais de idade manifestaram ter usado a internet, contra 13,3% dos negros. Isso significa que, no Brasil, os brancos acessam a internet 2,1 vezes mais que os negros.
Nas escolas, o acesso à rede mundial de computadores também não é o ideal. Os dados do mapa indicam que há 1,17 computador para cada grupo de 100 alunos. Trata-se de uma realidade bem distante dos países avançados. Na Europa, a média era de 11,4. Já a Dinamarca chega ao índice de 27,3.