Retomar as diretrizes para a restauração do Lar da Menina, localizada no Centro Histórico de Hamburgo Velho, foi o objetivo da reunião entre o Secretário de Cultura, Ralfe Cardoso e técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O encontro aconteceu no Centro de Cultura na quinta-feira, 23, com o propósito de dar continuidade às obras de restauro do casarão, localizado na Av. Maurício Cardoso, e tornar o local em um aparelho cultural importante para o bairro de Hamburgo Velho. “Além desta restauração queremos estar muito perto do Iphan e, ao mesmo tempo, nessa perspectiva patrimonial, conhecermos as possibilidades que temos de apoios e financiamentos para Novo Hamburgo”, ressaltou Ralfe.
Tombado como Patrimônio Histórico Nacional em 8 de maio de 2015, o Centro Histórico de Hamburgo Velho se tornou, segundo a arquiteta Sandra Petry Michalczuk, técnica do Iphan, em um bom exemplo da implementação das diretrizes de preservação histórica. De acordo com o arquiteto Iran da Rosa, também representante do Instituto, o caso já foi tema de oficinas em outros estados como modelo para aprendizado e aprimoramento de equipe. “Costumamos dizer que a preservação do patrimônio de Hamburgo Velho é um exemplo de qualidade de vida, vontade da comunidade e política” destaca Rosa.
Aos representantes do Iphan, Ralfe entregou uma cópia do cronograma, originalmente repassado ao Ministério Público, que prevê a finalização das obras de restauro em até 12 meses.
Após a reunião, os técnicos do Iphan, acompanhados do servidor público e arquiteto Edson Tosi e da ex-gerente do Departamento de Valorização do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, Hannelore Tessmer e o historiador, servidor da Secretaria de Cultura, Paulo Daniel Spolier, visitaram as obras do Lar da Menina. A edificação de 1.070 metros quadrados, consiste em um prédio de 4 andares e um anexo de três. Tosi relatou sobre o histórico da reforma e análises técnicas que envolvem a restauração do prédio.
Sobre o Lar da Menina
As atividades no prédio iniciaram no final do século XIX, em 1886 quando Jacob Kroeff vendeu sua propriedade para as irmãs Lina e Amália Engel para a estruturação de uma escola internato feminino. De 1895 a 1932 na edificação funcionou a Sociedade Fundação Evangélica no Hamburgerber No ano de 1937 volta a ser um internato apenas para meninas. Já na década de 50 até o final dos anos 60, o local foi um importante ativo da indústria têxtil abrigando a Fábrica de Tecidos Flori. Apenas na década de 70 o prédio se torna, oficialmente, Lar da Menina. O local também abrigou, na década de 80 o Museu do Calçado, as primeiras atividades do Atelier Livre, hoje Escola de Arte Carlos Alberto de Oliveira – Carlão (atualmente no Centro de Cultura) e um albergue municipal. Em 2008 foi tombado e adquirido pela Prefeitura de Novo Hamburgo.
Fotos:
Crédito Joel Reichert/Especial Secretaria de Cultura