Por Cátia Thönnigs
No meu dicionário, férias sempre foi sinônimo de viagem. Este ano não foi diferente. O destino? Uruguai. Eu já estive por lá em outras ocasiões, mas meu marido não conhecia. Além disso, um motivo a mais nos levava para lá: visitar um amigo que não víamos há quase dez anos.
Começamos nossa jornada saindo de carro de Novo Hamburgo rumo ao Chuí. Como viajamos com nosso filho de quase 3 anos, não pudemos rodar muitos quilômetros em um dia. Já que havíamos saído numa sexta-feira à tarde, na primeira noite dormimos em Pelotas, ainda no Brasil. No dia seguinte, então, cruzamos a fronteira e nossa primeira parada em solo uruguaio foi na aduana.
Que bom que havíamos lido as dicas sobre viagem de carro para o Uruguai na coluna “Pé na Estrada” do portal novohamburgo.org, Daí não fomos pegos desprevenidos. Tínhamos providenciado os documentos necessários para nós e nosso carro. O Erik, tão novinho, fez até carteira de identidade.
Visitamos as cidades de Chuí, Punta Del Este, Maldonado, Punta Ballena, Piriápolis, Montevideo, Colonia Valdense, Colonia Del Sacramento e Carmelo. Lugares muito pitorescos, interessantes e bonitos. Visitamos fazenda, queijaria, vinícola, museus, shopping centers, praias, monumentos, praças… O povo foi bastante hospitaleiro e cordial conosco.
Quanto à gastronomia, uma curiosidade é a pouca utilização do sal nos pratos servidos nos restaurantes. “É uma cultura nacional para prevenção de doenças cardíacas”, nos explicou Andrés. Com o saleiro sempre à mão, quem deseja pode adicionar o quanto quiser.
O Erik, apesar de gostar de carne, sentiu falta do feijão. Lá eles comem feijão só no inverno e, mesmo assim, não é um prato muito comum. Para compensar, todas as manhãs ele comia muito doce de leite Conaprole, que é o melhor que há.
O nosso amigo Andrés é engenheiro agrônomo e apaixonado pelo seu país. Nos contou muitas coisas sobre a história, turismo, economia, produção agropecuária e algumas curiosidades sobre o Uruguai. Foi um excelente anfitrião, nos hospedando e nos levando para passear nos arredores de Colonia Valdense, uma pequena e acolhedora cidadezinha fundada por italianos protestantes que encontraram ali um refúgio para construir uma nova vida. Há ali uma igreja que dizem ser a primeira da religião protestante da América Latina.
De tantos lugares legais que visitamos, destaco alguns que mais gostei:
Museo Taller Casapueblo – Museu e residência do pintor Carlos Paez Vilaró. Impressionante obra de arquitetura e lindas obras de pintura e escultura. Vale a pena assistir ao vídeo que conta a história do artista que já viajou o mundo todo e morou em lugares como África, Tailândia e Espanha.
Parque Anchorena – Fazenda e residência de descanso dos chefes de estado do Uruguai. O parque foi todo plantado e idealizado pelo Barão Aaraón de Anchorena e um paisagista que meticulosamente escolheu espécies de árvores e plantas e organizou-as harmoniosamente pelo terreno. Destaco o mirante que há em uma torre no parque que serve de reservatório de água. É possível subir 40 metros e desfrutar da vista do parque e dos Rios de la Plata e San Juan.
Colonia Del Sacramento – A única cidade portuguesa do Uruguai. A arquitetura antiga e os trapiches dão uma atmosfera muito romântica a cidade. Ali tem uma arena onde eram realizadas touradas há décadas atrás e que recebia muitos espectadores de Buenos Aires.
Como os preços dos produtos e serviços, em geral, são muito parecidos com os daqui, na volta para casa, com alguns pilas no bolso, ainda não resistimos às tentações das lojas dos duty free-shops do Chuí e fizemos algumas compras, como vinhos e alfajores.
Apesar de que tivemos metade do tempo sol e metade chuva, “lo pasamos lindo en Uruguay!”