Hamburgo Velho registrou 7.982 ocorrências, entre furtos e roubos de carros, nos últimos quatro anos
Hamburgo Velho é o bairro que lidera o ranking de roubo e furto de automóveis em Novo Hamburgo. O dado foi divulgado nesta sexta-feira, na apresentação de uma pesquisa realizada pela Feevale, que traçou o raio-x da violência no município.
Em quatro anos, Novo Hamburgo registrou um total de 14.510 furtos e 11.100 roubos (na presença da vítima) de veículos. Só no bairro histórico da cidade, foram 4.478 furtos de automóveis e 3.504 roubos neste período.
Os dados foram recebidos pelo prefeito Jair Foscarini das mãos do reitor da Feevale, Ramon Fernando da Cunha, que entregou a pesquisa impressa e em um CD. Durante o estudo, realizado desde janeiro, foram ouvidas 1.054 pessoas, em 26 bairros.
Em um segundo momento, foram computados os dados de 37 mil ocorrências policiais registradas no período de 2002 a 2006, fornecidas pela Secretaria Estadual de Segurança Pública.
A administração municipal, que contratou a pesquisa, não estava disposta a fornecer os números detalhadamente, alegando questões estratégicas, mas adiantou que em termos de homicídios o maior volume aparece no bairro Canudos, seguido por Santo Afonso, São José e São Jorge.
Os dados apurados nas mais de 37 mil ocorrências policiais da cidade indicam que a comunidade constatou 25.610 registros de crime contra o patrimônio; 212 homicídios e 8.045 ocorrências de lesões, ao longo dos quatro anos de estudo.
Os cinco bairros que foram responsáveis pela geração do maior número de ocorrências por lesões corporais foram Canudos (24,9%), Santo Afonso (11,7%), Centro (7,8%), Rondônia (6,1%) e São Jorge (4,5%).
Já, o maior número de registros de ocorrência contra o patrimônio vieram dos seguintes locais: Canudos (20,8%), Centro (13,1%), Santo Afonso (7,9%), Rio Branco (5,9%) e Rondônia (4,7%).

Mistério na divulgação
A imprensa foi chamada a comparecer ao Gabinete do Prefeito nesta terça-feira para a apresentação dos dados da pesquisa. Entretanto, só foram divulgados poucos números do estudo e somente após protestos dos jornalistas presentes.
A explicação para o mistério na divulgação se deve a uma postura da prefeitura municipal, que entende que, em um primeiro momento, o material deve ser avaliado pelos órgãos de segurança, para só então vir a público.
O prefeito Jair Foscarini acrescentou que o trabalho representa uma importante ferramenta para a administração municipal, que poderá realizar um plano de segurança pública mais abrangente para a cidade.
“Durante a atual gestão, já foram encaminhadas diversas ações de melhoria da área de segurança, como a criação do Conselho Municipal de Segurança, manutenção do apoio total a Guarda Municipal, reabertura do Consepro e a instalação de câmeras de vigilância no Centro e, em Canudos”, argumenta.