A era em que excesso de oferta está desvalorizando do mercado
“Excesso de ofertas nos traz a tendência de querer experimentar”, é isso que afirmou o doutor pela PUCRS Dado Schneider, em evento ocorrido na UNISINOS, no dia 13 de novembro. A palestra assistida era sobre marketing, porém o seu título, a era do ficar, remetia ao mundo jovem.
Por que (geralmente) ficamos tanto?
Quando faço esse questionamento, não recebo repostas muito variantes. Ou se fica por que é mais fácil, ou por que não se encontrou a pessoa certa.
E nessa de não encontrar a pessoa certa, acabamos em uma busca até encontrar. Tem gente que demora a achar e então segue ficando.
O que mais me chamou atenção em relação à palestra foi que grande quantidade de ofertas no mercado acaba por desvalorizar o produto. Ainda que não sejamos produtos ou objetos (embora muitos ajam como tal), somos muitos. E muitos de nós dispostos a arrumar apenas um bom beijo para garantir o sucesso da balada.

Acontece que muitos acabam ficando somente por ficar. Surge então um pensamento de que para que se juntar a alguém se é possível experimentar muitos outros “alguens”? Enquanto tiver exposição de muitos “produtos” no mercado, será difícil de se encontrar aquele que merece valorização.
Ficar é bom
Obviamente. Não posso dizer que não seja. Uma boa ficada faz com que uma noite se torne muito mais agradável. Durante uma ficada podemos conhecer pessoas incríveis.
Você tem a possibilidade de errar e acertar sem dever explicações no dia seguinte (entretanto não terá o direito de cobrar nada).
Você pode encontrar sua alma gêmea na balada, porque não? Conheço vários casos de ficadas em uma festa que acabaram em namoro (nesse estágio, por favor, tente não se apegar sem certificar-se das intenções reais do outro. Ou então poderá se machucar).

Pare, pense, valorize
Valorize-se acima de tudo. Isso não significa obrigatoriamente que temos que flertar, ficar, namorar, noivar, casar, ter filhos. Significa apenas saber o seu valor. Saber curtir mantendo a consciência do quanto se vale.
Todos nós merecemos respeito. E esse respeito deve começar conosco. Não podemos cobrar aquilo que não fazemos. Conheça seu valor, e não abra mão disso por nada. Cuide para não sofrer a toa e principalmente curta muito esse tempo bom que não volta nunca mais (mas nunca deixe de repetir frente ao espelho: “eu não sou um objeto”).