Encontro reuniu professores, vereadores e a comunidade hamburguense na sede do Legislativo para discutir situação das escolas no município.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Onde a educação em Novo Hamburgo está e onde quer chegar foram assuntos debatidos em audiência pública na Câmara de Vereadores na noite de segunda-feira, dia 20, com a presença de professores e da comunidade.
A intenção do autor do requerimento, Issur Koch (PP), foi fazer leituras da situação da educação para que o Legislativo apresente um documento ao Poder Executivo, com metas a curto prazo. “A próxima [audiência pública] está marcada para o dia primeiro de julho, e o tema será assédio moral, para começarmos a fazer uma lei sobre o assunto”, declarou o vereador.
Uma das questões expostas na Casa foi a estrutura das escolas. Segundo o presidente da Associação de Pais e Mestres da Escola Municipal de Educação Infantil Arca de Noé, Rafael Amaral Reis, as instituições estão depreciadas e o quadro de professores, incompleto. A falta de vagas em escolas de educação infantil também foi foco da explanação, assim como a não permanência dos educadores.
“Temos um grande número de professores em estágio probatório devido à rotatividade”, explica. “E estamos perdendo profissionais qualificados para a maioria das cidades vizinhas.” A presidente do Sindicato dos Professores de Novo Hamburgo – SindProf-NH, Andreza Formento, afirma que isso ocorre devido ao plano de carreira, que desmotiva a categoria.
Fizeram parte da mesa, além de Andreza e Rafael Reis, o presidente da Associação de Pais e Mestres da Escola Municipal de Ensino Fundamental São Jacó, Pedrinho Ritzel Júnior. Estavam presentes sete dos 14 vereadores do município: Cristiano Coller (PDT), Jorge Luz (PMDB), Jorge Tatsch (PPS), Naasom Luciano (PT), Patrícia Beck (PTB), Raul Cassel (PMDB) e Roger Corrêa (PCdoB).
Sindicato pede ajuda para dialogar com a prefeitura
Andreza Formento lamentou não haver representantes do Poder Executivo na audiência. O secretário de Educação, Alberto Carabajal, explicou ter estado ausente por estar em aula magna da Universidade Feevale, que teve como palestrante a ministra de Direitos Humanos Maria do Rosário.
“Pedimos a intermediação dos vereadores no diálogo com a prefeitura, para negociarmos não só nosso salário, mas qualidade para a educação de Novo Hamburgo”, argumenta. “Temos uma grande dificuldade de diálogo. Muitos professores em Novo Hamburgo têm pós-graduação, mestrado e doutorado. Só não há mais qualificação porque não há incentivo.”
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de Educação “não deu condições”
Quanto a questões materiais, Andreza relata que os maiores problemas de infraestrutura estão principalmente nas escolas de periferia. “Temos escolas em que, quando chove, há goteiras. Temos escolas que não possuem ventilação adequada, vidros quebrados e iluminação precária.”
Na avaliação da presidente do SindProf-NH, os professores carregam sozinhos o fardo da responsabilidade pela qualidade da educação. “Educação se faz com professores, mas precisamos de infraestrutura, de tecnologia, de profissionais da saúde, de investimentos e reconhecimento da formação. E a categoria exige autonomia pedagógica. O governo tem assumido diversos programas de ensino, mas em que momento está discutindo com o magistério e as comunidades escolares? Como é possível construir algo sólido se não começamos na base?”.
“PIOR ESCOLA” – Na Escola Municipal Eugênio Nelson Ritzel, localizada no loteamento Kephas, não há bibliotecária nem banheiros adaptados para alunos com deficiências, por exemplo. É o que destacou a professora Jaqueline Staudt na audiência, lembrando que a instituição ficou famosa por aparecer na TV como exemplo de baixa qualidade na educação. “Estamos melhorando, mas a SMED [Secretaria Municipal de Educação e Desporto] não deu condições. Hoje ouvi alunos dizendo que estudam na pior escola de Novo Hamburgo”, relatou.
Alimentação também preocupa
A merenda dos estudantes foi outro problema apontado no encontro. Maria Cecília Braun, do SindProf-NH, afirma não haver recursos suficientes para a alimentação. “Acho que é interessante vocês verem de perto as condições de trabalho e o espaço em que é servida a alimentação, além das condições de higiene, como a falta de condições de se lavar as mãos”, salientou, lamentando a falta de liberdade para a compra de itens considerados mais adequados a determinadas comunidades.
Cláudio Roberto, presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar – Consea, disse nunca ter recebido denúncias sobre problemas na merenda. “Quem tiver, deve nos levar”, disse. A Secretaria Integrada dos Conselhos Municipais pode ser contatada pelo telefone (51) 3527-1883.
Informações de Imprensa CMNH
FOTO: Maíra Kiefer / CMNH