Dirigente espera menos problemas para a Copa na Rússia, em 2018, com o presidente russo, Vladimir Putin, que tem três níveis de governo.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse nesta quarta-feira, dia 24, que uma das razões das dificuldades que a Fifa enfrentou nos preparativos para o Mundial de 2014, no Brasil, são os vários níveis de governo no país.
“Eu vou dizer uma coisa que é loucura, mas menos democracia, às vezes, é melhor para organizar uma Copa do Mundo,” afirmou ele, segundo a agência de notícias Reuters, num simpósio sobre o torneio.
“Quando você tem um chefe de Estado muito forte que pode decidir, como talvez Putin possa fazer em 2018… é mais fácil para nós, organizadores, do que um país como a Alemanha, onde você tem que negociar em diferentes níveis.”
Valcke citou a situação do Brasil, que tem três níveis de governo:
“A principal batalha que temos é quando entramos em um país onde a estrutura política é dividida, como no Brasil, em três níveis: federal, estadual e municipal. Há diferentes pessoas, diferentes movimentos, interesses diferentes e é muito difícil organizar uma Copa do Mundo nessas condições.”
Fifa, segundo Blatter
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, em seguida, disse à plateia que ficou aliviado quando a anfitriã Argentina conquistou a Copa do Mundo de 1978, que foi realizada no país sob um governo militar opressor.
“Lembro que a primeira Copa em que eu estava diretamente envolvido foi a da Argentina, e eu diria que fiquei feliz que a Argentina venceu. Foi uma espécie de reconciliação do público, do povo da Argentina, com o sistema, o sistema político, o sistema militar na época. Não sei o que poderia ter acontecido se tivessem perdido aquela final, e eles estiveram perto de perder, porque os holandeses acertaram a trave nos últimos minutos. O esporte e o mundo mudaram, esta era a minha sensação no momento.”
Blatter descreveu a Fifa como sendo “conservadora, liberal e socialista”, tudo ao mesmo tempo.
“Somos conservadores, como os católicos, quando se trata das regras do jogo e da arbitragem. E somos liberais quando vamos ao mercado,” disse, referindo-se às relações comerciais da entidade que controla o futebol mundial.
“Somos Marx e Engels quando se trata da distribuição do dinheiro, 70% de toda a renda é distribuída para as associações nacionais para programas de desenvolvimento.”
Informações de Estadão
FOTO: reprodução / Estadão