Homem perdeu R$ 2.700 durante as enchentes que atingiram Cubatão, em São Paulo. José Damião economizava todos os salários para voltar para Pernambuco.
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A forte chuva que atingiu a cidade de Cubatão, em São Paulo, no último dia 22 de fevereiro, levou mais do que móveis e roupas do pedreiro José Damião Sobrinho, de 57 anos. A enxurrada que levou todo o dinheiro que o homem guardava para retornar para Pesqueira, em Pernambuco. Passados 10 dias, o homem continua procurando uma sacola com R$ 2.700 em meio aos escombros. A economia conquistada após meses de trabalho desapareceu, assim como casas e móveis de centenas de pessoas que foram vítimas da tempestade.
José Damião conta que a água invadiu sua casa destruindo tudo. “Eu guardava o meu dinheiro, R$ 2.700, em uma sacola dentro de uma cômoda, mas a água cobriu esse móvel, tudo boiou. Eu cheguei a encontrar papéis meus até no quintal de casa, mas o saco com o dinheiro eu não achei”, lamenta o pedreiro.
Ele conta que juntou esse dinheiro trabalhando por meses como pedreiro. O objetivo era voltar para Pernambuco em junho deste ano. “Queria voltar para o São João. Lá tenho amigos e famílias. Com um pouco de dinheiro eu consigo erguer um barraco para morar. Era para isso que eu guardava dinheiro. Agora não tenho nem dinheiro para a passagem”, afirma José.
Ele conta que chegou a receber um apoio da prefeitura de Pesqueira, que se comoveu com a história. “Ficaram de me ajudar com a passagem pelo menos, mas até agora não recebi nada. Fui até a assistência social de Cubatão também. Não sei como ainda, mas vou voltar para Pesqueira de qualquer jeito. Tenho fé que vou voltar se Deus quiser”, diz.
O homem, que sempre guardou o dinheiro em casa, diz que nunca teve uma conta no banco, mas que agora está tentando abrir uma para receber um auxílio. “Nunca tive conta no banco, porque o que eu ganho é para ajudar a família e me manter. Agora estou tentando abrir uma conta pela primeira vez na vida, mas não consigo porque não tenho comprovante de residência”, afirma.
Informações de G1
FOTO: reprodução / Carlos Nogueira