novohamburgo.org – O senhor é natural de onde?
Enio Erni Klein – Eu nasci em Porto Alegre e fui trazido para Novo Hamburgo com tenra idade, não por vontade própria, mas porque me trouxeram. Meus pais já faleceram, mas eu acho que deveria ter em torno de 2 a 3 anos. E eu sempre digo que nasci um ano antes de arrebentar a segunda guerra mundial e ai meu pai que era caixeiro viajante decidiu sair da Capital e se instalar por aqui neste Vale que já se projetava como uma terra de muitas oportunidades.
novohamburgo.org – Nos fale um pouco de sua trajetória profissional
Enio – A minha vida é muito simples e eu sempre tive muita sorte. No início me formei em administração. Eu integrei uma das primeiras turmas de administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. E ai comecei a trabalhar em couro no Curtume Silveira. E ai fui tomando conhecimento do pólo calcadista aqui. E do couro fui para a escola do Calçado, Fenac, Centro Tecnológico, Escola Técnica do Calçado, enfim por todas as entidades que são importantes no apoiamento do setor. E ai mais o conhecimento em língua estrangeira que eu tinha. Então vinha um estrangeiro para cá para comprar calçados me chamavam para intermediar a negociação.
Os pais: “Eram naturais do Paranhana mas foram se conhecer em Porto Alegre”
novohamburgo.org – Seus pais eram de Porto Alegre?
Enio – Não. Meus pais eram naturais do Vale Paranhana. Eles nasceram em Três Coroas e Taquara, porém, foram se conhecer em Porto Alegre. Na antiga colônia alemã a tradição era dividir as terras entre os filhos. Mas lá pelas tantas o tamanho do minifúndio não permitia mais o sustento de toda a família e muitos dos jovens acabavam migrando para outras cidades. Minha mãe chamava-se Luiza Iria Klein e nasceu em Três Coroas, já o meu pai, Armindo Edvino Klein, era natural de Taquara. Mas eles se conheceram em Porto Alegre.
Filho único sempre tive a sorte de ter tido os melhores professores
novohamburgo.org – O que o senhor lembra do início de sua vida com seu pai?
Enio – Sei informações que, no início de tudo meu pai trabalhava em Porto Alegre. Começou como fazendo a distribuição de bebidas para algumas fábricas. Ai depois ele passou a trabalhar na empresa Jorge Toffel, que era representante da Antártica e também possuía uma perfumaria. Houve um momento em que o desafiaram para começar a viajar por todo o estado do Rio Grande do Sul. Depois resolveu se estabelecer com atacado de armarinho e miudezas ali na rua Domingos de Almeida, em Novo Hamburgo. Chegou a ter bem no início dos anos 50, uma pequena lojinha. A Banca 8. Ele vendia armarinhos em vez de pastel e batidas. Eu era guri de 12 anos e ia até o local ajudar ele nas horas de pique. “Meu pai tinha um atacado de armarinho e miudezas ali na rua Domingos de Almeida, a Banca 8. ”