Construtora não apresentou contraproposta salarial, e funcionários preparam paralisação por tempo indeterminado a partir de terça-feira.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Depois do segundo dia de paralisação nas obras de modernização do estádio Beira-Rio para a Copa de 2014, uma nova rodada de negociações entre diretores da AG – Andrade Gutierrez e do Siticepot-RS – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada do Estado terminou sem acordo nesta quinta-feira. Desta vez, os representantes dos trabalhadores engrossaram o discurso e anunciaram o início dos tramites legais para decretar uma greve já na próxima terça-feira.
Entretanto, será preciso respeitar o prazo de 48 horas após o comunicado ao MPT – Ministério Público do Trabalho. Por isso, as atividades serão retomadas, provisoriamente, no canteiro de obras da sede gaúcha para o mundial do próximo ano na sexta-feira e segunda-feira. A divulgação foi feita no término de um demorado encontro que se arrastou por mais de cinco horas nas dependências dos alojamentos. No começo das discussões, os dirigentes da construtora estavam em contato com a matriz em São Paulo, enquanto os manifestantes aguardavam por uma contraproposta que acabou não sendo confirmada.
Conforme os integrantes do movimento grevista que reivindica 15% de reajuste salarial, a empresa alegou ter encomendado uma pesquisa de mercado. O estudo, segundo o presidente do Siticepot-RS, Isabelino dos Santos, constatou que os pagamentos praticados pela AG no Rio Grande do Sul já estão acima da média nacional. “Eles até podem ter razão, mas os salários estão defasados. Infelizmente, a empresa não atendeu o item principal da nossa pauta. Com isso, vamos abrir o prazo legal junto ao MPT”, declarou.
Na avaliação de Santos, os demais componentes da pauta – com exceção das horas extras (trabalhadores pedem 100% de adicional e a empresa manteve os 50% atuais) – estão encaminhados. “Mesmo assim, acredito na boa vontade das partes para resolver o impasse, mas o ambiente entre os trabalhadores já é bastante ruim”, reclamou o sindicalista.
Enquanto o clima esquenta nos alojamentos, a diretoria do Internacional mantém o posicionamento de acompanhar o desenrolar dos fatos à distância. Os dirigentes asseguram que confiam na resolução do impasse e nas garantias de prazos e cronogramas, estipulados pela AG, para a conclusão da reforma até dezembro de 2013.
No entanto, se a greve for confirmada, justamente, em um período que o clube já selou contrato para disputar as partidas no estádio Centenário,em Caxias do Sul, os eventuais atrasos não podem ser descartados. Neste cenário, o retorno do mando de campo ao Beira-Rio, previsto para setembro, também ficaria comprometido. Em lacônicos comunicados oficiais e sem porta-vozes, a construtora AG tem minimizado a força do movimento.
Informações de Jornal do Comércio
FOTO: Jonathan Heckler / JC