Operação que apura fraude em licitações e obras públicas já prendeu 47 pessoas. Dessas, apenas quatro continuam detidas
A Operação Navalha investiga esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos de obras públicas, como no programa Luz para Todos. O Ministério Público Federal é que demandou os pedidos de busca, apreensão e prisão preventiva, executados pela Polícia Federal desde a quinta-feira, dia 17 de maio.
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De acordo com informação da Procuradoria Geral da República, entre os documentos estaria uma lista com nomes de parlamentares e autoridades que teriam envolvimento com o esquema. O documento foi apreendido na sede da construtora Gautama, em Salvador. A empresa é acusada de liderar o esquema de fraude.
O corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), já requereu ao presidente da Casa, Renan Calheiros, os documentos mostrados em sua defesa feita hoje, 28 em discurso no plenário. Nesta terça-feira, dia 29, o corregedor pretende conversar com o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, para tentar obter mais detalhes sobre a Operação Navalha no que diz respeito às citações do nome de Renan Calheiros.
Calheiros foi denunciado por uma semanal de ter tido contas pessoais pagas por um amigo funcionário da Construtora Mendes Júnior; de negociações com a Guatama, citadas em gravações de conversas telefônicas feitas pela Polícia Federal. Também, de uma suposta sonegação de informações na declaração de Imposto de Renda de fazendas no interior de Alagoas.
O terceiro funcionário da construtora Gautama a depor nesta segunda-feira, 28, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi solto ainda à tarde. Henrique Garcia de Araújo foi libertado logo após prestar depoimento à ministra do STJ, Eliana Calmon, relatora do inquérito da Polícia Federal (PF) relativo à Operação Navalha.
Araújo estava preso na Superintendência da PF, em Brasília, desde o último dia 17, quando foi deflagrada a operação. Segundo o inquérito policial, ele administrava uma fazenda do grupo, e é acusado de fraudar licitações públicas e desviar recursos federais destinados a programas como o Luz para Todos.
A fazenda servia para legalizar o dinheiro que o grupo obtinha com suas atividades, mediante a compra e a venda de gado bovino. De acordo com a PF, o esquema era encabeçado pelo dono da Construtora Gautama, Zuleido Veras.
Araújo foi o terceiro dos cinco investigados pela Operação Navalha previstos para depor nesta segunda-feira e o 42º dos 47 presos a ser solto. Quatro suspeitos permanecem presos, mesmo já tendo prestado depoimento: Zuleido Veras, Vicente Vasconcelos Coni, diretor da construtora; João Manuel Soares Barros, empregado da Gautama; Maria de Fátima Palmeira, diretora comercial da Gautama e apontada como braço direito de Zuleido.