Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística revela dificuldade de fechar o mês no azul e aponta queda na desigualdade entre ricos e pobres.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Cerca de 75% das famílias brasileiras consideram difícil chegar ao fim do mês com as despesas em dia, e essa percepção é ainda maior entre as famílias com renda mais baixa.
Ao todo, 88% dos lares com rendimento médio mensal de até R$ 830,00 relataram algum tipo de dificuldade para fechar as contas do mês. Já 68,4% das famílias com renda até R$ 2.490,00 têm despesa mensal média superior à receita mensal, ou seja, gastam mais do que recebem e têm de recorrer a algum tipo de artifício para fechar as contas do mês.
Na região Sul, famílias com esse rendimento gastam cerca de R$ 100,00 a mais do que recebem. No entanto, a Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o sentimento das famílias a respeito das condições de consumo melhorou em relação à última pesquisa realizada há seis anos. Na época, 85% das famílias diziam ter dificuldade de fechar o mês no azul.
ALIMENTAÇÃO – A pesquisa destaca ainda que o peso da alimentação caiu um ponto percentual no orçamento das famílias. Há seis anos, o item representava 20,8% das despesas de consumo do lar, em 2002 e 2003, e atualmente correspondem a 19,8% das despesas. Ainda quanto à alimentação, a pesquisa aponta que as carnes e pescados são os itens que mais pesam no orçamento das famílias brasileiras nos gastos com alimentação.
Desigualdade cai, mas lentamente
O estudo mostra também a queda da desigualdade entre ricos e pobres no país. No entanto, aponta para a existência de um abismo entre despesas de famílias ricas e pobres. A parcela dos 10% mais ricos têm despesas per capita 9,6 vezes maior que as despesas dos 40% com menores rendimentos.
Segundo Eduardo Nunes, presidente do IBGE, os indicadores apontam uma evolução consistente e gradativa frente à última pesquisa, nos anos 2002 e 2003. Ele reconheceu, no entanto, que persistem disparidades entre os indicadores relativos às regiões Sul e Sudeste e aqueles das regiões Norte e Nordeste.
“Estes padrões estão presentes, apesar de existir essa desigualdade, as distâncias estão se reduzindo, mesmo que numa velocidade não compatível com a do país”, disse ele.
Informações de O Globo
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