É estimado o prejuízo de R$ 198 milhões no município.
Na sexta-feira, 23 de junho, às 13h30, o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, apresentou um diagnóstico preliminar realizado sobre os impactos causados pelo ciclone extratropical. A síntese do levantamento trouxe dados das ações para atender a população desabrigada de com a brevidade e quais serão os recursos solicitados para os Governos Federal e Estadual. A estimativa do Governo Municipal é de um prejuízo de cerca de R$ 198 milhões.
Os efeitos do ciclone extratropical que atingiu as regiões do Litoral Norte, Serra e Leste do Rio Grande do Sul trouxeram efeitos devastadores para São Leopoldo. Entre o meio da noite de quinta-feira, 15 de junho e a madrugada de sexta, (16) choveu mais de 246mm.
Verbas para reestruturação
Sobre a captação de recursos para reestruturação da cidade, Vanazzi revelou que solicitará auxílio para as pessoas que perderam muitos objetos como móveis. “O foco é a proteção das pessoas. Será feita a solicitação de auxílio emergencial para às 9,8 mil famílias atingidas e a liberação imediata do FGTS junto ao Governo Federal. Também vai ser solicitado o repasse urgente de recursos para as casas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Será requisitado o valor de R$ 38 milhões para obras emergenciais de recuperação de asfalto, pontes entre outras demandas de infraestrutura viária. Já ao Governo do Estado o Município vai solicitar recursos emergenciais para recuperação de casas. A liberação de duas parcelas no valor de um salário-mínimo para as famílias atingidas através de recursos do Programa Devolve ICMS”, contou.
A ponte sobre o arroio Kruse na rua Felipe Uebel, bairro Santo André foi destruída e no local foi registrado um óbito, por conta de um carro que caiu no vão e foi levado pela enxurrada. Houve elevação do nível do Rio dos Sinos, que no seu pico chegou a 6,18 metros na noite de segunda-feira, 19 de junho. Quando o nível chegou em 4,30m foi acionado o Plano de Contingência e emitido status de inundação em caráter preventivo. A Defesa Civil segue monitorando o nível de forma constante, acompanhando a previsão do tempo e realizando os trabalhos de atendimento à população com a entrega de lonas e vistorias em locais de risco.
Diversas ruas ficaram alagadas e algumas o volume de água atingiu cerca de 1,50m. Muitas famílias perderam móveis e utensílios e a infraestrutura viária também sofreu diversos danos. As áreas que ficam na mancha de inundação estão localizadas nas ruas da Praia (Rio dos Sinos); das Camélias (Pinheiro); Alberto Ramos (Feitoria); Frederico Meyer (Feitoria); Carlos Bier (Feitoria); Pottenstein (Feitoria); Otto Daudt (Feitoria), e Eugênio Emílio Dias (Feitoria) também foram bastante afetadas.
Ao todo, 11 equipamentos públicos como a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, o Museu do Rio, o Parque Imperatriz e o Viveiro Municipal foram afetados pela cheia do rio. Ocorreram dois óbitos, registro de 200 pessoas feridas, 400 enfermos, 1,4 mil desabrigados, 27,5 mil desalojados, 180 mil afetados diretamente e mais de 209 mil pessoas atingidas de alguma forma. Foi registrada a destruição de 310 casas e 9,8 mil casas danificadas, centenas de móveis destruídos, impacto de mais de 100 toneladas em um único dia na coleta domiciliar e mais de 470 toneladas de entulhos.
O trabalho da prefeitura foi imediato com a abertura do Ginásio Celso Morbach e mais seis locais para acolhimento, auxílio e acompanhamento de cerca de 800 pessoas que ficaram desabrigadas. As ações seguiram em unidades habitacionais, instalações públicas de ensino, de uso comunitário, obras de infraestrutura urbana, assistência médica, abastecimento de água, esgoto, sistema de iluminação, móveis e eletrodomésticos, entre outros. Mais de 30 equipes da prefeitura seguem atuando em ações de limpeza e recuperação da infraestrutura da cidade com ações de desobstrução, canalização, vistoria dos locais de risco, organização e destinação de doações e distribuição de lonas.
Mais de 57 toneladas de alimentos, produtos de higiene e limpeza foram distribuídos nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras). Cerca de 9 toneladas foram destinadas às famílias alojadas no Ginásio Municipal e cerca de 30 mil refeições prontas entregues no último período.
Na área da Saúde foram realizadas ações de apoio, orientação, vacinação, distribuição de medicamentos e atendimento médico nos locais de acolhimento coletivo. Além disso, ocorreu o atendimento veterinário aos animais recolhidos ao ginásio.
No sábado, 17, após sobrevoar a região e os locais mais atingidos, uma comitiva do Governo Federal esteve em São Leopoldo para realizar uma coletiva de imprensa. Formada pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes; o chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta; os secretários nacionais da Defesa Civil, Wolney Wolff, e de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social, André Quintão foram destacadas ações para auxiliar as pessoas desabrigadas e encaminhar ações imediatas aos municípios atingidos após a passagem do ciclone extratropical pela região. Também participou da visita o governador do Estado, Eduardo Leite.